São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997
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Coronel do massacre dos 111 integra CPI

DA REPORTAGEM LOCAL

O deputado Ubiratan Guimarães (PSD), coronel que comandou a ação que resultou no massacre de 111 presos na Casa de Detenção, no Carandiru (zona norte de São Paulo), em 2 de outubro de 92, é um dos 11 membros da CPI da Assembléia Legislativa que vai investigar os crimes do PMs de Diadema.
Os nomes dos integrantes da CPI, indicados pelos partidos, foram anunciados ontem (veja quadro acima).
Guimarães, que foi denunciado pelo Ministério Público por 111 assassinatos, é o principal réu do processo e pode ser condenado a uma pena que pode chegar a 3.300 anos de cadeia.
Ontem, em Diadema, Guimarães afirmou que o assassinato do conferente Mário José Josino é o "Carandiru de Mário Covas".
"A diferença é que 50% da população apoiou a ação da PM no Carandiru e ninguém apoiou a ação em Diadema", declarou.
Ontem à tarde, durante a primeira sessão da CPI no plenário Tiradentes da Assembléia Legislativa, não houve consenso na definição da presidência da comissão.
Depois de meia hora de discussão, os deputados resolveram adiar para hoje, às 15h, a nomeação do presidente e do relator. A CPI terá 90 dias para apurar as responsabilidades pelos crimes cometidos pela PM de Diadema na favela Naval.
Mais polícia
Erasmo Dias, que representará o PPB na comissão, foi secretário da Segurança Pública durante os governos de Laudo Natel e Paulo Egydio Martins.
Ele comandou a invasão do campus da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo durante o regime militar.
O representante do PL na CPI é o deputado Édson Ferrarini, coronel da reserva da PM. Seu irmão, o também coronel da PM Edilberto Ferrarini, é apontado dentro da PM como um dos líderes da ala que deseja derrubar o coronel Claudionor Lisboa do comando-geral da corporação.
Rosemary Corrêa, do PMDB, é delegada da polícia civil. Foi a primeira chefe da delegacia de defesa da mulher em São Paulo.

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