São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997
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CRF pede interdição de produtos de soro

MARCELO BARTOLOMEI
DA FOLHA CAMPINAS

O CRF (Conselho Regional de Farmácia) pediu ontem a interdição cautelar dos 34 produtos utilizados na manipulação do NPP (Nutrição Parenteral Prolongada) suspeito de ter causado a morte de 28 pessoas no Estado de São Paulo.
O pedido, feito ao CVS (Centro de Vigilância Sanitária) da Secretaria de Estado da Saúde, ainda não foi atendido.
O presidente do CRF, Dirceu Barbano, 31, disse que nenhum laboratório, estabelecimento médico ou farmácia vai poder usar os produtos caso haja a interdição.
A farmácia Tecnopharma, responsável pela manipulação do NPP em Campinas (99 km de SP), foi interditada na semana passada, depois de descobertas as primeiras dez mortes, em maternidades da cidade.
Segundo Barbano, são utilizados 14 medicamentos e mais outros produtos, como frascos à vácuo, seringas e equipos (espécie de mangueira que serve para transportar líquidos de um recipiente para outro), na manipulação.
"Naquele dia (22 de março), a Tecnopharma produziu várias bolsas de NPP, cada uma com prescrição médica individualizada", afirmou.
O nome dos produtos não foi divulgado pelo CRF. "Não podemos prejulgar os laboratórios responsáveis pela fabricação dos produtos sem antes termos a análise concluída do Adolfo Lutz", afirmou.
As unidades do Adolfo Lutz de São Paulo e o de Campinas devem concluir na próxima semana as análises de produtos entregues pela Vigilância Sanitária municipal.
Aceitação
O CVS vai analisar hoje o pedido de Barbano. Se ele for aceito, o órgão vai emitir um comunicado para todo o Estado pedindo a suspensão da comercialização dos medicamentos e produtos.
"O pedido só foi feito porque foi levantada a hipótese de contaminação em um dos produtos manipulados na produção do NPP", disse o farmacêutico.
Segundo Barbano, os produtos são industrializados e as empresas têm fiscalização prévia para obter o alvará de funcionamento.
Anteontem, técnicos da Secretaria Municipal da Saúde de Campinas visitaram a Farmacoterápica, que também produz o NPP em Campinas, para fiscalizar sua sede.

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