São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997
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Crimes podem ser reinvestigados

DA REPORTAGEM LOCAL

O promotor José Carlos Guilhem Blat afirmou ontem que deve pedir à Polícia Civil que reabra dezenas de casos de homicídio e chacinas de autoria desconhecida acontecidos em Diadema desde o início do ano passado.
Blat acha que policiais militares da cidade podem estar envolvido em vários crimes, que tiveram seus inquéritos arquivados por falhas na investigação.
Segundo ele, as imagens do assassinato do conferente Mário José Josino e da tortura, agressão e extorsão contra várias outras pessoas na favela Naval revelaram que os PMs de Diadema são "extremamente violentos" e podem ter cometido outros crimes.
"Com essas novas evidências, não podemos descartar a participação desses bandidos de farda em diversos outros crimes", afirmou o promotor.
Além de crimes de autoria desconhecida, o delegado deve pedir a reabertura de casos de homicídio e chacinas que teriam policiais militares como suspeitos.
Segundo ele, em muitos desses casos os PMs não chegaram a ser indiciados (acusados formalmente) por falta de provas.
"Mesmo reabrindo esses casos, temos que tomar cuidado para não desvirtuar o foco das investigações, que é o assassinato de Mário José Josino", afirmou Blat.
Esses casos devem ser reabertos na semana que vem, após reunião de Blat com delegados de polícia.
Justiça Militar
Por último, o Ministério Público do Tribunal de Justiça Militar reabriu ontem as investigações sobre a acusação de que nove policiais militares teriam participado do espancamento do padeiro Daniel Sales de Lima em novembro de 1996.
Além dele, outras cinco pessoas teriam apanhado dos policiais. Os acusados foram convocados ontem à Corregedoria da PM, onde deveriam ficar detidos.

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