São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997
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Fotógrafo acusado de aliciar garotas para prostituição é preso

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

A polícia prendeu um fotógrafo profissional acusado de aliciar garotas menores de idade para programas de prostituição para políticos, empresários e fazendeiros no interior de São Paulo.
O esquema, que tinha como base a cidade de São José do Rio Preto (451 km de SP), envolvia participação de um advogado, um estudante universitário, um oficial de justiça e uma comerciante como agenciadores.
Os cinco foram indiciados por três crimes ligados à prostituição, com penas máximas previstas de 17 anos de prisão. Somente o fotógrafo Agnaldo Joaquim da Silva, 26, foi preso em flagrante. Ele confessou a prática à polícia. Os outros quatro negaram e vão responder ao processo em liberdade.
Pelo menos 50 garotas de São José do Rio Preto e cidades vizinhas participariam da rede que estava sendo montada há oito meses, segundo a polícia.
O esquema começou a ser descoberto na semana passada, a partir de uma ligação de um policial para o telefone celular do fotógrafo. Passando-se por um fazendeiro, o investigador pediu uma garota para programa. Silva arranjou.
Detida para depoimento, a garota revelou o esquema. Em festas e desfiles, o fotógrafo convidava garotas para fazer book. As fotos eram feitas em seu apartamento.
Algumas eram convencidas a participar de programas. "Depois, umas iam levando as outras", disse o fotógrafo à Agência Folha. No apartamento de Silva, foram encontradas 200 fotos, algumas com cenas de sexo explícito, convites para "churrascos beneficentes" em chácaras e uma agenda com telefones das garotas, de políticos e de empresários.
A partir da agenda, a polícia ouviu 30 garotas, com idade de 15 a 22 anos. Vinte admitiram ter participado de programas.

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