São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997
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Greve no porto de Santos deve se estender hoje a todo o país

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Trabalhadores avulsos (sem vínculo empregatício com as companhias docas) programaram para hoje uma greve nacional de 24 horas em todos os portos brasileiros.
A paralisação é um protesto contra a ameaça das empresas que possuem terminais privativos nos portos de passar a usar pessoal próprio na movimentação de cargas, até então prerrogativa dos avulsos.
O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores Avulsos, Mário Teixeira, disse que o objetivo do movimento é garantir o cumprimento da convenção 137, da OIT (Organização Internacional do Trabalho), ratificada pelo governo brasileiro.
A convenção garante aos cerca de 62 mil portuários avulsos do país a exclusividade do trabalho de embarque e desembarque de mercadorias nos portos.
Segundo ele, essa exclusividade está ameaçada em 48 terminais privativos em todo o país.
Em Santos (SP), o maior porto brasileiro, a greve começou anteontem porque a Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista) decidiu que, desde quarta, não mais requisitaria estivadores para operar navios em seu terminal privativo.
O porto de Santos ficou paralisado pelo segundo dia consecutivo. Somente quatro dos 19 navios atracados operaram. Nos quatro, a operação era feita por meio de equipamentos automáticos.
Ontem, os grevistas mantinham ocupados os navios Marcos Dias e Vancouver, atracados no terminal da Cosipa. Um grupo de cerca de 500 pessoas, segundo o Sindicato dos Estivadores, deve permanecer acampado na porta da empresa.
Um acordo intermediado pela Polícia Militar permitiu a troca a cada seis horas dos grevistas que ocupam as duas embarcações. Cada uma era ocupada por dez trabalhadores.

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