São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997
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Governo já fala em conter consumo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O diretor de assuntos internacionais do Banco Central, Gustavo Franco, mencionou ontem a possibilidade de o governo tomar medidas de contenção ao consumo interno, por meio da restrição ao financiamento das compras.
"Ninguém nunca diz que não vai fazer tal coisa nem ninguém aqui faz previsão. Nós estamos sempre estudando e não excluímos nenhum tipo de medida."
Com o crédito restrito, diminuiria a demanda dos consumidores por produtos importados e até poderia aumentar os excedentes destinados às exportações, melhorando o resultado da balança comercial.
Até há uma semana, o discurso oficial era o de que não havia motivos para preocupações com o déficit comercial.
Franco disse ontem que um déficit de US$ 15 bilhões em 1997 não significaria "o fim do mundo".
Mas confirmou que o governo poderá intervir, caso as importações aumentem a patamares não desejados -não quis dizer quanto.
"Se o déficit for de US$ 15 bilhões no ano, não haverá nenhuma crise. Isso não quer dizer estimamos essa cifra ou que estaríamos confortáveis", afirmou.
Conforme suas declarações, o governo poderia utilizar brechas de ordem macroeconômica para adotar medidas que possam restringir as importações.
Na última semana, ele mesmo divulgou as medidas de restrição ao financiamento das importações que provocam, no dia-a-dia, a contenção das compras externas e a expectativa de déficits menores.
Essas medidas foram classificadas pelo governo como de natureza macroeconômica -adotadas para acabar com o desvio dos créditos fornecidos aos importadores para as aplicações financeiras.
Franco mencionou que estudos do mercado financeiro apontam que as medidas devem provocar diminuição de US$ 1 bilhão a US$ 6 bilhões nas importações anuais.

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