São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997
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Grupo deixa Corinthians e ameaça profissionalização

ALEXANDRE GIMENEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O GAP (Grupo de Apoio à Presidência) está fora do Corinthians. O grupo, que negociou o patrocínio do banco Excel Econômico ao clube, alegou divergências com o vice-presidente de futebol do Corinthians, José Mansur.
Com a saída do GAP, a relação entre o clube e o patrocinador sofrerá mudanças (leia texto abaixo) e pode causar problemas na meta de profissionalização do clube.
O grupo, formado pelos economistas Eduardo Rocha Azevedo, Emir Capez, Luíz Paulo Rosemberg e Ibrahim Eris, mandou uma carta ao presidente do Corinthians, Alberto Dualib, na tarde de ontem, comunicando a decisão.
O estopim da crise foi a tentativa de contratação do zagueiro Antônio Carlos (ex-Palmeiras e São Paulo), que atualmente joga no Kashiwa Reysol (Japão). O time japonês pede US$ 3 milhões mais o passe do zagueiro Sangaletti, que pertence ao Excel.
Segundo Emir Capez, existia um acordo entre o GAP e a diretoria do Corinthians que estabelecia que nenhum jogador seria contratado até agosto. "O nosso objetivo era dar segurança aos jogadores do elenco, evitando as especulações sobre possíveis reforços", disse.
Mansur está negociando a contratação de Antônio Carlos há um mês. Segundo Capez, o GAP só ficou sabendo da possível transação anteontem.
"Também existia um acordo que previa que toda negociação deveria passar pelo GAP. Não ficamos satisfeitos com a situação", completou o economista.
Reunião
A saída do GAP do Corinthians foi decidida após uma reunião de seus membros e o presidente do Excel, Ezequiel Nasser, que, particularmente, não é contra a contratação de Antônio Carlos.
"Tínhamos certas regras colocadas no estatuto que não foram cumpridas. Uma vez, basta", disse Ibrahim Eris. O economista acha que o patrocínio do banco ao clube não corre risco de acabar.
"Não estamos tomando essa decisão para voltar depois. É definitivo", concluiu Eris.
Quando soube do rompimento do GAP com o Corinthians, José Mansur decidiu não seguir até Belo Horizonte, onde o Corinthians enfrentaria ontem à noite o Atlético-MG pela Copa do Brasil.
Segunda-feira
A contratação de Antônio Carlos deve ser definida até a próxima segunda-feira.
Segundo o procurador do jogador, Francisco Monteiro, o Todé, a crise entre o GAP e a diretoria do Corinthians não deverá prejudicar a transação.
"Se não der com o Corinthians, tudo bem. O São Paulo, Vasco e La Coruña (Espanha) também querem contratar o Antônio Carlos."
Segundo o procurador, o principal motivo da volta do zagueiro ao Brasil é o nascimento de sua filha.
"A mulher do Antônio não se adaptou ao Japão e quer voltar para o Brasil", disse.

Colaborou o "NP"

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