São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997 |
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Cinema Cinema: O início foi uma açucarada e bem realizada comédia: "Quatro Casamentos e um Funeral" (1994), de Mike Newell, um surpreendente sucesso de bilheteria. No mesmo ano, mas de maneira mais discreta, um jovem realizava o que David Aukin, chefe da Film on Four, já qualificou de "o início de tudo". Quando chegou às telas em Londres, "Cova Rasa", escrito e dirigido por uma turma de iniciantes -John Hodge, Andrew Macdonald e Danny Boyle- foi imediatamente comparado ao americano Tarantino e à produção independente dos EUA. Demorou um tempo para se entender que os britânicos não pretendiam ironias com a indústria ou a história do cinema. Queriam apenas assumir o espírito de seu tempo. Vieram depois "As Loucuras do Rei George" (1995), de Nicholas Hytner, "Segredos e Mentiras" (1996), de Mike Leigh e, por fim, o retorno de Boyle em "Trainspotting" (1996), uma espécie de símbolo para os jovens da ilha. Com uma produção voltada para o mercado interno, o chamado novo cinema parece ter encontrado o equilíbrio onde a geração dos anos 80, como Derek Jarman, via apenas anomalia. Sai de cena a experimentação estética, e entram as histórias sobre a classe média empobrecida durante os anos do governo de Margaret Thatcher. Cessam as referências intelectuais para que seja projetada a vida de jovens desempregados que frequentam desesperadamente os clubs e voltam-se religiosamente para a cultura da música pop. Além de cineastas, os filmes vendem também novos rostos. Hoje, ao menos na Europa, não há nomes mais quentes do que Robert Carlyle (foto ao lado) e Ewan McGregor (foto abaixo), de "Trainspotting", e Marianne Jean-Batiste, de "Segredos e Mentiras". Se no passado a imagem da efervescência cultural foi moldada com a ajuda de um italiano (Antonioni), agora a mensagem parece clara. Os nativos se bastam. Texto Anterior: Trabalhista promete incentivo a novos talentos Próximo Texto: Música Índice |
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