São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997 |
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Kohl decide disputar seu 5º mandato
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O chanceler alemão, Helmut Kohl, anunciou ontem, data de seu 67º aniversário, que vai se candidatar a um quinto mandato à frente do governo de seu país, nas eleições de outubro de 1998.Kohl, responsável pela reunificação da Alemanha após o fim da divisão entre comunistas e capitalistas, governa há 14 anos e meio e já é o recordista de tempo no poder entre os chanceleres (o nome do cargo de primeiro-ministro) no país neste século. Se vencer a quinta eleição, poderá ficar no poder por 20 anos e ultrapassar a marca de Otto von Bismarck, que governou por 19 anos e 2 meses, entre 1871 e 1890. Não será uma missão fácil. Ele perdeu popularidade por causa do desemprego recorde (4,7 milhões de pessoas), da dívida pública e de outras dificuldades econômicas. Os social-democratas (oposição) e o Partido Verde disseram que a decisão é boa porque vai permitir a Kohl responder pessoalmente às questões econômicas durante a campanha eleitoral. Já entre os democratas-cristãos, o partido do chanceler alemão, a decisão foi recebida com alívio, porque encerra um suspense que já durava anos acerca de uma nova candidatura sua. Ele anunciou a candidatura durante sua temporada anual de férias na Áustria, onde faz um severo regime para emagrecer -o chanceler mede 1,93m, e seu peso oscila em torno de 115 kg. O maior incentivo para um quinto mandato é consolidar o processo de unificação européia, o que inclui a difícil passagem pela moeda única. Ele é um dos maiores defensores da unificação monetária européia, mas sabe que o prazo previsto para a implantação, 1999, é inviável para a maioria dos países da União Européia. Kohl citou também a expansão da Otan rumo à Europa Oriental como motivação para permanecer no cargo. É outra questão em que Kohl é uma figura-chave. Entre todos os chefes de governo da aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos, ele é aquele que mantém melhores relações com o presidente russo, Boris Ieltsin, que teme a expansão. Oposição de Hannelore Segundo a imprensa alemã, a maior resistência que Kohl teve de vencer foi a de Hannelore, sua mulher. A entrevista à televisão em que anunciou sua candidatura, no balneário de Bad Hofgastein, Áustria, acontece a 77 semanas do pleito. A oposição social-democrata diz que só vai escolher um candidato a chanceler em sua convenção de abril de 1998. Os possíveis adversários de Kohl são o presidente do Partido Social-Democrata, Oskar Lafontaine, o líder da bancada do partido, Rudolf Scharping, e o primeiro-ministro do Estado da Baixa Saxônia, Gerhard Schrõder. As pesquisas mostram que Schrõder seria um adversário mais difícil para Kohl. Lafontaine e Scharping já foram derrotados pelo atual chanceler. Próximo Texto: Suicidas fizeram "último passeio" Índice |
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