São Paulo, sexta-feira, 4 de abril de 1997
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Militar dos EUA é preso no Japão por agressão

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Um marinheiro norte-americano foi preso pela polícia militar dos EUA na base naval de Yokosuka, nas proximidades de Tóquio, por ter batido na namorada japonesa, quebrando o seu pescoço.
Segundo a polícia de Tóquio, o incidente ocorreu na terça-feira, quando o marinheiro, de 26 anos, se desentendeu com a moça, a levantou no ar e a atirou no chão, dentro da base militar dos EUA.
Ela foi tratada por médicos da própria base, que constataram, além da fratura, cortes e hematomas pelo corpo. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
Em Washington, o Pentágono afirma que a alegação de estupro feita pela moça, de 21 anos, não é procedente e que o marinheiro poderá ser acusado apenas de agressão. O governo japonês reivindica que o militar seja entregue à polícia local para ser processado pelas leis do país. Os EUA ainda não decidiram se vão atender ao pedido.
O secretário da Defesa dos EUA, William Cohen, está com viagem programada para o Japão na semana que vem para rever os acordos de segurança entre os dois países.
A opinião pública japonesa tem reagido à presença de tropas americanas desde que, em setembro de 1995, três fuzileiros navais dos EUA estupraram uma menina de 12 anos em Okinawa. Como no caso de ontem, foram presos pela polícia militar americana e entregues à Justiça japonesa um mês depois. Os três foram condenados a longas penas de prisão no Japão.
Depois desse caso, os EUA concordaram em retirar alguns de seus contingentes da ilha de Okinawa, que foi o único território japonês conquistado por forças americanas na Segunda Guerra.
Mas 75% dos 47 mil soldados dos EUA estacionados no Japão ainda estão em Okinawa, apesar da maciça oposição dos residentes à sua presença ali.
O governo japonês sancionou ontem lei que lhe permite desapropriar terrenos em Okinawa de cidadãos de seu país que têm se recusado a alugá-los para norte-americanos ou ao governo dos EUA como forma de protesto contra a presença dos militares na ilha.

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