São Paulo, sábado, 5 de abril de 1997 |
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Ângela Amin confirma contatos de Ramos
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
Ela é mulher do senador Esperidião Amin (PPB-SC). Ramos disse, na ocasião, que ligava na condição de coordenador da Dívida Pública da Prefeitura de São Paulo, cujos processos tinham Amin como relator no Senado. A prefeita disse que Ramos "pode ter ligado" para a residência do casal, para a casa de praia e para o escritório político, que é compartilhado pelo dois, inclusive durante sua campanha eleitoral, em 96. 'Não recebi' Ângela disse não ter recebido recursos destinados por Ramos. "Eu não recebi", declarou ela, que afirmou jamais ter atendido pessoalmente algum telefonema de Ramos, dados, conforme ela, em 94, 95 e 96. "As ligações eram para o senador Esperidião Amin. Como eu moro com ele, tenho escritório com ele, os números (de telefones) que ele usa, são os mesmos que eu uso", disse a prefeita. A CPI da Assembléia catarinense vai aprofundar as investigações sobre a suposta utilização de recursos obtidos com emissões de títulos em campanhas eleitorais. Além da suspeita de que Ramos tenha ajudado financeiramente a campanha de Ângela, compartilhada por integrantes da CPI, também será investigada a hipótese de o governo catarinense ter destinado recursos para candidatos a prefeito, no ano passado, pelo PMDB. O deputado Ivan Ranzolin (PPB), da CPI, disse ter comprovado a destinação de R$ 100 mil para uma instituição de caridade de Laguna que, segundo ele, não existe. O dinheiro poderia ter ido para fundo de campanha. O relator da CPI, Sérgio Silva, que também é líder da bancada do PMDB na Assembléia, disse que o seu partido está disposto a investigar todas as denúncias. "Se nada houver, daremos atestado de idoneidade a todos." Interpelação Ângela Amin disse ontem que vai interpelar judicialmente o proprietário da Corretora Boa Safra, Fausto Solano. Segundo publicou a revista "Veja", Solano disse que "todo o pessoal do mercado jura por Deus que esses precatórios em São Paulo ajudaram Maluf a financiar a campanha do Pitta e também a campanha da Ângela Amin em Florianópolis". Ângela disse que o proprietário da Corretora Boa Safra "terá que provar (na Justiça) que fez essa negociata com recursos públicos para me beneficiar". Solano é um dos envolvidos no esquema de emissão de títulos, tendo recebido um cheque de R$ 9,76 milhões em sua conta. A interpelação judicial foi preparada pelo advogado do PPB em Brasília, Vasco Furlan, e deve dar entrada no foro de São Paulo, domicílio de Solano, na próxima segunda-feira. Texto Anterior: Procurador pede liminar contra lei de Pernambuco sobre títulos Próximo Texto: Solano foi sócio de filho de executivo do Bradesco Índice |
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