São Paulo, sábado, 5 de abril de 1997
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Bancada da oposição quer acordo na reforma

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O bloco de oposição da Câmara dos Deputados (PT, PDT e PC do B) quer negociar com o governo federal seu apoio à proposta de reforma administrativa, como uma forma de "provocação".
"Estamos fazendo uma provocação com o governo. Estamos dispostos a apoiar o governo na fixação do teto de R$ 10,8 mil. Para o governo, isso é a chave da reforma", afirmou o líder do bloco, deputado José Machado (PT-SP).
Segundo Machado, em contrapartida, o bloco não aceita a contratação sem concurso público e a quebra da estabilidade do funcionalismo público, proposta fundamental para o governo.
"Topamos a demissão por insuficiência de desempenho, desde que haja amplo direito de defesa", disse Machado. "Temos interesse em fazer a reforma administrativa, mas a ótica não pode ser a do corte de despesas", completou.
O bloco de oposição tem 84 deputados. Inocêncio Oliveira (PE), líder do PFL, é contra negociar com os partidos de esquerda. Os contatos com a oposição têm sido feitos pelo deputado Benito Gama (PFL-BA), líder do governo.
"É perda de tempo (negociar com a oposição). Na reforma da Previdência, nós negociamos e não deu em nada", disse o deputado Inocêncio Oliveira.
Resistências
A maior dificuldade dos líderes do governo para fechar os votos da base governista a favor da reforma tem sido a fixação do teto salarial em R$ 10,8 mil, recusada pela chamada bancada dos aposentados.
Nesta semana, o governo recuou e permitiu o acúmulo de uma aposentadoria além do teto. Contudo, os deputados aposentados não confiaram que o acordo fosse cumprido. A votação foi adiada. "Se o governo abrir mão do teto estará desmoralizado", afirmou o petista José Machado.
O líder da oposição disse que vai procurar na próxima segunda-feira os líderes da base governista para mostrar a disposição do PT, do PDT e do PC do B de negociar a reforma administrativa.

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