São Paulo, sábado, 5 de abril de 1997 |
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"Quem nada deve, nada teme", diz Pitta
DA REPORTAGEM LOCAL O prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PPB), afirmou ontem que recebeu com "tranquilidade e serenidade" a decisão da CPI dos Precatórios de quebrar seu sigilo bancário, fiscal e telefônico."Quem nada deve, nada teme", disse, depois de ser informado da decisão por seu assessor de imprensa, durante almoço no palácio dos Bandeirantes com o governador Mário Covas e o presidente da Hungria, Árpád Gõncz. Em entrevista após o almoço, Pitta lembrou que se colocou a disposição da CPI há "mais de 40 dias". "Com a quebra do meu sigilo, teremos a prova cabal que não tenho nada a ver com as falcatruas", afirmou o prefeito. Segundo Pitta, as pessoas que o estão "caluniando" vão ter uma "grande decepção" com o resultado da quebra do seu sigilo. "A partir de agora haverá um encaminhamento objetivo da questão. O livro da minha vida está aberto", afirmou. Pitta também comentou a nomeação do substituto de Wagner Ramos na chefia da Coordenadoria da Dívida Pública da prefeitura. O prefeito afirmou que apenas "referendou" a indicação para o cargo de Antônio Hilst Neto, que foi assessor direto de Ramos. Ele considera o fato "normal". "Será que todas as pessoas que trabalharam com o Wagner Ramos agora são suspeitas?", perguntou o prefeito. Pitta afirmou que Hilst Neto foi escolhido por ser uma "pessoa que já era familiarizada com o assunto dos títulos e dívida pública municipal". Precatórios O prefeito Pitta afirmou ontem que a prefeitura não emitiu títulos para pagar precatórios (dívidas judiciais) este ano. "Este ano não vai haver emissão de precatórios e todos os recursos para o pagamento dos precatórios deste ano estão assegurados", afirmou. Segundo Pitta, a prefeitura tem cerca de R$ 775 milhões em títulos. O prefeito ainda voltou a defender a legalidade das operações com títulos da prefeitura. Sobre o fato de que apenas um grupo reduzido de empresas participava das negociações, Pitta disse que "o mercado estava muito estreito e não havia muito interesse na compra desse tipo de papel". Para o prefeito a "venda direta da prefeitura para uma instituição financeira foi legal e lucrativa, mas as vendas subsequentes para uma segunda ou terceira instituição é uma atividade sobre a qual a prefeitura não tem controle". Segundo o prefeito, se houve irregularidades nessas transações a responsabilidade é do Banco Central e da Receita Federal. Texto Anterior: Wagner Ramos recebe multa de R$ 1 milhão da Receita Federal Próximo Texto: Inquérito vai apurar anúncio da prefeitura Índice |
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