São Paulo, sábado, 5 de abril de 1997
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Outra empresa é interditada

DA FOLHA CAMPINAS

A Vigilância Sanitária de Campinas (99 km a noroeste de SP) interditou ontem à tarde outra empresa produtora de NPP (Nutrição Parenteral Prolongada) na cidade, a Farmoterápica.
A empresa vinha fornecendo o soro para hospitais de Campinas após o problema com a Tecnopharma, cuja produção está suspensa desde o início da semana.
A interdição da Farmoterápica foi decidida por medida de segurança, segundo o presidente da comissão mista de saúde que investiga as mortes ocorridas após administração do NPP da Tecnopharma, Igor Del Guércio.
"Havia muita boataria em torno de problemas também com essa empresa", disse.
Amostras do produto foram enviadas para o Instituto Adolfo Lutz. O resultado deve sair até quarta-feira.
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) já havia suspendido o uso do NPP da Farmoterápica no Hospital de Clínicas e no Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher), anteontem.
A decisão foi tomada porque foi constatado que existe uma contaminação multimicrobiana causada pelo uso do NPP da Farmoterápica no Hospital de Clínicas. Exames de sangue em um paciente adulto e no NPP usado nele indicaram a presença da bactéria Enterobacter claocae. Um segundo paciente adulto foi contaminado pela bactéria Cocus gran positivo em cadeia, mas a cultura do NPP deu negativa.
Já uma menina de 7 anos apresentou hemocultura negativa, mas o NPP utilizado nela estava contaminado pela bactéria estafilococus. A Unicamp considerou grave a presença das duas bactérias no medicamento.
A Unicamp já está procurando outro laboratório para fornecer o NPP. Enquanto isso, os pacientes vão receber apenas soro normal.
O CVS (Centro de Vigilância Sanitária) da Secretaria de Estado da Saúde recebeu ontem o pedido de interdição dos 34 produtos utilizados na produção do NPP da Tecnopharma.
A Vigilância Sanitária criou uma comissão de quatro técnicos em saúde para analisar o pedido do CRF (Conselho Regional de Farmácia).

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