São Paulo, sábado, 5 de abril de 1997
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"Fui vítima da inexperiência"

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O aspirante oficial Wilson Góes Júnior, responsável pelo 24º batalhão no dia da morte do conferente Mário José Josino, disse ontem ter sido uma "vítima das circunstâncias e da inexperiência".
Góes Júnior prestou depoimento ontem ao promotor José Carlos Guilhem Blat, na sede do batalhão.
"Era meu primeiro plantão no batalhão, não tinha conhecimento da tropa nem cobertura de alguém mais experiente", afirmou.
Segundo o promotor e o comando do batalhão, Góes Júnior pode ter cometido crime de prevaricação (omissão).
"Ele autorizou a operação que resultou na morte de Josino, esteve no local e viu várias irregularidades, mas não repreendeu os policiais nem comunicou o comando", disse Blat.
Até ontem à noite, o comando do batalhão não havia decidido se decretava a prisão administrativa de Góes Júnior.
O aspirante afirmou que não estava na favela Naval no momento do assassinato de Josino.
"Saí para atender uma ocorrência à meia-noite. Quando voltei, ele já tinha sido morto."
Góes Júnior disse ter tomado todas as providências necessárias, como avisar a corregedoria e os superiores do batalhão.
Ele criticou a preparação recebida na academia da PM, onde esteve por quatro anos e saiu direto para o batalhão de Diadema: "Sei que falhei e mereço ser punido, mas não tinha experiência para comandar uma tropa".
(OC)

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