São Paulo, sábado, 5 de abril de 1997
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Ritmo de consumo diminui em março

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O setor eletroeletrônico, um dos líderes de vendas desde o início do Plano Real, já mostra sinais de arrefecimento.
O ritmo de consumo de eletroeletrônicos diminuiu em março e em abril para a surpresa de redes de lojas ouvidas pela Folha.
O assunto foi tema de discussão entre lojistas e fabricantes nos dois primeiros dias da UD, feira de utilidades domésticas, que acontece em São Paulo.
A opinião dos empresários da indústria e do comércio é que o consumo chegou a um ritmo tal que não deve apresentar oscilações.
Daqui para a frente, dizem, as empresas vão ter de se acostumar com um faturamento mais estável. O crescimento de uma rede, por exemplo, deve ocorrer sobretudo por meio da abertura de lojas.
"Pela primeira vez, sentimos que a velocidade das vendas está diminuindo", diz Natale Dalla Vecchia, diretor da Lojas Cem.
A rede terminou o mês de março, conta ele, com faturamento 6% maior do que o de igual mês do ano passado. Em fevereiro havia crescido 15% e, em janeiro, 20%, sobre os mesmos meses de 1996.
A expectativa da Cem era fechar o mês passado com vendas de 15% a 20% maiores do que as registradas em março do ano passado.
Michael Klein, diretor da Casas Bahia, confirma que a venda está mais difícil neste ano.
Klein diz que fechou o primeiro trimestre do ano com faturamento de R$ 630 milhões -17,7% maior do que o de igual período do ano passado, de R$ 535 milhões.
Esse crescimento, porém, continua ele, é explicado pelo aumento do número de lojas -84, no período. Hoje são 235. "A venda média por loja diminuiu", afirma.
A Casas Bahia, diz, pretende aumentar neste ano o faturamento -de R$ 2,85 bilhões em 1996- com a abertura de mais 13 lojas.
A Arapuã, que tem 250 lojas espalhadas pelo país, informa que as vendas esfriaram.
"Mas estão de acordo com o que foi programado pela empresa", diz João Alberto Ianhez, diretor. Segundo ele, a proximidade entre o Natal e o Carnaval contribuiu para o enfraquecimento das vendas
Lojistas informam que o estoque da indústria eletroeletrônica está maior do que o normal. Isso é notado pela facilidade de pagamento dada ao lojista e por haver produto para pronta-entrega.

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