São Paulo, terça-feira, 8 de abril de 1997
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Motta ameniza crítica ao presidente da Câmara

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, recuou ontem na sua crítica ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), pela demora na votação da reforma administrativa.
Procurando evitar que o bate-boca com Temer possa esfriar as relações do Legislativo com o Planalto, Motta disse que tudo não passou de "uma discussão franca com um amigo fraternal".
Segundo a Folha revelou anteontem, Motta telefonou para Temer, na última quarta-feira, para reclamar, em linguagem e tom agressivos, do adiamento da votação da reforma administrativa.
Motta, que esteve ontem em São Paulo para falar sobre a privatização do setor de telecomunicações em seminário empresarial, confirmou que a conversa telefônica com Temer foi enérgica de parte a parte, com a liberdade que amigos se permitem ter de discutir francamente, mas disse: "ninguém bateu o telefone na cara do outro, desligamos conjuntamente".
Amenizando o ataque da semana passada, Motta qualificou Temer de "um excepcional presidente da Câmara", que está respondendo ao desafio de substituir "um presidente da qualidade de Luiz Eduardo Magalhães".
Motta disse que Temer, usando seu saber jurídico, honrará o país como chefe do Poder Legislativo.
O ministro das Comunicações disse que criticou o adiamento da votação da reforma administrativa porque ela é fundamental para acabar com os "marajás do serviço público".
Teto
Segundo Motta, o salário teto de R$ 10.800,00 para o funcionalismo público significa um salário anual de US$ 150 mil, inexistente, acredita ele, até no serviço público dos Estados Unidos.
"Acho que precisamos ter a coragem de votar, porque o povo quer a reforma. Quem não quer é uma minoria de 2 milhões pessoas, é o corporativismo, mas 160 milhões de pessoas querem a reforma administrativa", disse.

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