São Paulo, terça-feira, 8 de abril de 1997
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Oficial se contradiz em novo depoimento

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O tenente-coronel Pedro Pereira Matheus, ex-comandante do 24º Batalhão da PM de Diadema, entrou em contradição ontem durante seu depoimento de três horas na Corregedoria da Polícia Militar, segundo deputados.
"Na assembléia, Matheus havia dito que logo que soube da morte de Josino mandou instaurar inquérito para apurar o fato. Disse, entretanto, que diante das evidências (laudos, armas apreendidas e reconhecimentos) não mandou prender os soldados Otávio Lourenço Gambra, o Rambo, e Nélson Soares da Silva Jr. porque não tinha provas consistentes."
"Já hoje (ontem) Matheus alegou que o caso estava sendo investigado desde o princípio pela Corregedoria da PM e por isso não cabia a ele decretar a prisão administrativa dos policiais acusados".
"As distorções do tenente-coronel Matheus apontam, de qualquer forma, para um comportamento omisso de sua parte", disse o deputado Sampaio. O advogado do tenente-coronel Matheus, Josué Favalle, não quis dar declarações sobre o depoimento.
Segundo o deputado Jamil Murad, o ex-comandante confirmou sua ligação com a empresa SPV (Serviços de Prevenção e Vigilância), localizada na Cidade Dutra (zona sul de São Paulo).
"O tenente-coronel disse que, de certa forma, também é proprietário da empresa, uma vez que é casado em regime de comunhão de bens", disse Murad.
Constam como diretores da SPV o irmão do tenente-coronel, Alberto Pereira Matheus, e a mulher do oficial, Marianita Veloso Pereira Matheus. O tenente-coronel consta como "contato". A PM considera transgressão disciplinar a atividade remunerada fora da corporação.
Sampaio disse que o oficial afirmou que permanecia diariamente na SPV, das 7h às 8h15. O deputado Sampaio disse que Matheus poderá ser reconvocado para depor na CPI de Diadema. O corregedor da PM, coronel Ernesto Tasso Jr., disse que a conduta do comandante "ainda está sendo investigada". A prisão administrativa de Matheus termina hoje.

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