São Paulo, terça-feira, 8 de abril de 1997 |
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'Governador deve demitir todos'
DA SUCURSAL DO RIO Flora Abreu, diretora do grupo Tortura Nunca Mais do Rio, disse ontem que a impunidade dos torturadores que agiram no regime militar (1964-1985) favorece episódios como o das agressões de PMs na Cidade de Deus.Para ela, a sessão de espancamento registrada por um cinegrafista amador na zona oeste do Rio é corriqueira e também resulta de problemas nacionais e locais na área de segurança. Em todo o Brasil, afirmou Flora, os policiais têm má formação, recebem baixos salários e trabalham em um ambiente de impunidade generalizada. Mas, afirmou, no Rio, essa situação é agravada pela política de segurança do governo do Estado, que premia com gratificações salariais de até 150% os policiais que cometem o que o Executivo considera atos de bravura. "Leia-se: violência e assassinatos", disse. Ela ressaltou que "ninguém está defendendo bandido" e disse que "lugar de marginal é na cadeia". Mas condenou a forma indiscriminada como os policiais, à caça de suspeitos, atacam civis nas áreas pobres. O vice-presidente da seccional-Rio da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Fernando Fragoso, disse que a entidade vai solicitar ao governador Marcello Alencar providências em relação ao episódio da Cidade de Deus. "Acho que temos de cobrar do governador o que ele cobrou do governador Mário Covas em relação ao episódio de Diadema: que demita todo mundo", afirmou. Texto Anterior: 6 PMs do Rio são presos após vídeo de tortura Próximo Texto: Comodismo impede denúncia Índice |
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