São Paulo, terça-feira, 8 de abril de 1997
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Entidade crê em extermínio em Salvador

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na pesquisa feita em Salvador (BA), a Human Rights constatou que grande parte da violência policial registrada ali é cometida por policiais fora de seus horários de serviço. Para e entidade, trata-se de ação de grupos de extermínio.
Mas a "polícia uniformizada" de Salvador, segundo a entidade, também tem cometido violência contra civis e suspeitos. Por causa disso, mais de 200 policiais "corruptos e violentos" foram punidos nos últimos anos.
Mas ainda é muito pouco, segundo a Human Rights, para o número de policiais baianos envolvidos em atividades criminosas. A entidade de direitos humanos diz haver escassez de estatísticas sobre violência policial em Salvador.
Apesar disso, há registros de inúmeros casos de violência no relatório da entidade. Um deles ocorreu em janeiro de 96, quando um grupo de cem policiais deu uma "batida" na favela Jaguaribe. Morreram nove supostos criminosos.
Em janeiro de 90, um grupo de dez policiais prendeu dois adolescentes. Diante de um supermercado e na presença de 40 testemunhas, segundo a Human Rights, os garotos foram espancados, torturados e tiveram seus órgãos genitais amputados. Ainda levaram três tiros na cabeça, cada um.
Como os policiais não estavam em seus horários de serviço, o caso será julgado pela Justiça comum. Dois dos policiais envolvidos já tinham participado de outros casos semelhantes de violência.
(EN)

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