São Paulo, terça-feira, 8 de abril de 1997
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Ex-fogueteiro dirige clube

MÁRIO MAGALHÃES

em Santa Cruz do Capibaribe (PE)
"Mané Fogueteiro Preparou um balão Pra soltar no dia de São João Mané cochilou, cochilou e dormiu O balão pegou fogo E Mané não viu"
(cantiga junina até hoje cantada em Caruaru-PE)
O Mané em questão era Manoel Fogueteiro, um produtor de fogos de artifício que morreu quando sua fábrica se incendiou e foi pelos ares, carregando-o junto.
Ele teve 32 filhos, com oito mulheres. Ao morrer, aos 72 anos, seu caçula tinha 8 meses.
Entre a prole numerosa, está o presidente do Ypiranga, Maviael Sobrinho, 36.
Ao contrário do que sugere a família -além do acidente com o pai, um irmão riscou um fósforo, explodiu o prédio, foi desenganado, mas conseguiu sobreviver-, Maviael não é do tipo explosivo.
Diplomático, ele costura acordos como o que pagou em lycra a dívida com o ex-técnico Rubinho.
No começo do ano, o dirigente reuniu a equipe e tornou público o salário de cada jogador. "Aqui todos sabem quanto os outros ganham". O teto salarial da equipe é R$ 300.
As carteiras assinadas são uma conquista para jovens recém-saídos da adolescência. Há ex-canavieiros, ex-pedreiros e ex-carregadores de barro.
Maviael valoriza o passado -e presente- de trabalho dos jogadores, fora do clube. Ele também começou a dar duro cedo, aos 7 anos, na fábrica de fogos.
(MM)

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