São Paulo, terça-feira, 8 de abril de 1997
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A lei, ora a lei

JUCA KFOURI

As recentes reportagens assinadas por Marcelo Damato na série "País do Futebol", desta Folha, revela com clareza indiscutível como e quantas vezes a lei tem sido atropelada pelos nossos cartolas.
E fazer cumprir a lei não é ingerência indevida do Estado em lugar algum do mundo. Ao contrário, é sua obrigação.
Fica, assim, no terreno do inexplicável a tolerância com semelhante aberração.
*
Mais um capítulo da Lei Zico que não só não é cumprido como é formalmente desrespeitado no estatuto da CBF (reformado exatamente sob o pretexto de se adequar à Lei Zico e mais draconiano que o anterior): "As entidades de administração do desporto, de quaisquer sistemas, são associações civis de direito privado e assegurado, na sua constituição, direitos a todos os seus filiados, sendo-lhes VEDADO (grifo meu):
1º - negar filiação a entidade de prática do desporto que participe de eventos ou competições de seus calendários oficiais;
2º - negar voz ou VOTO A QUALQUER DE SEUS FILIADOS (grifo meu) em cada uma das assembléias previstas nos estatutos.
Eis aí o que diz o artigo 17 do decreto que regulamentou a Lei Zico, em 6 de julho de 1993.
Pois bem. O estatuto da CBF determina que só votam para eleger seu presidente as federações estaduais e os 24 clubes que compõem a primeira divisão, embora todos os demais clubes que participam das outras divisões, assim como da Copa do Brasil, tenham direito de voto.
E ninguém faz nada.
Até quando?
*
Há quem veja na média de público do Corinthians neste Paulistão (19 mil torcedores por jogo) algo parecido com a média dos campeonatos nacionais na Europa.
Ledo engano.
A comparação deve ser feita com a dos clubes equivalentes ao alvinegro na Europa, e, aí, é até covardia.
O Barcelona, por exemplo, tem média superior a 40 mil e, em Camp Nou, seu estádio, tem o dobro disso.
*
Ao chegar magro como um modelo para participar do "Cartão Verde", o meia Neto foi saudado por todos no estúdio, elogiado pela forma física.
Mas ele não perdeu a pose. "Pois é. Acho que vou engordar tudo de novo para ver se assim eu volto a jogar", brincou.

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