São Paulo, terça-feira, 8 de abril de 1997 |
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IRA faz "terror sem vítimas" antes da eleição
PAULO HENRIQUE BRAGA
O aumento do número de ameaças de bombas do IRA faz parte de uma campanha para causar transtornos e atrapalhar a economia do Reino Unido, obtendo a maior publicidade possível. "É uma estratégia com o mínimo de ameaça às vidas da população civil e com o máximo de publicidade e transtorno para a economia britânica", disse uma fonte do comando do Exército Republicano Irlandês ao jornal "The Independent". No último sábado, uma ameaça de bomba provocou o adiamento do Grand National, a mais tradicional corrida de cavalos do país. Dezenas de milhares de pessoas foram retiradas às pressas do hipódromo de Liverpool. Os espectadores tiveram de deixar seus carros no local até a tarde de domingo. Cães farejadores percorreram o estacionamento em busca de explosivos. A polícia detonou dois pacotes suspeitos, mas não se sabe se continham ou não explosivos em seu interior. A prova acabou acontecendo ontem, sem incidentes, com a presença do primeiro-ministro John Major e da princesa Anne. O IRA, que luta pela independência da Irlanda do Norte em relação ao Reino Unido e por sua união com a República da Irlanda, vem aumentando o número de ameaças nos últimos dias. Na sexta-feira, cinco estações de metrô foram interditadas depois de a polícia ter recebido chamadas telefônicas com as características dos alertas emitidos pelo IRA antes de atentados. Um dia antes, duas bombas colocadas em estradas do centro da Inglaterra provocaram congestionamento e caos para os motoristas. Na semana anterior, duas explosões já haviam interrompido o tráfego ferroviário no interior do país. Acredita-se que o grupo esteja querendo dar uma demonstração de força no período que antecede as eleições britânicas. O pleito será em 1º de maio próximo. Ao mesmo tempo em que aumentam as ameaças do IRA, uma série de incêndios criminosos tem atingido igrejas católicas na Irlanda do Norte. O último deles, o quinto em menos de uma semana, ocorreu na madrugada de anteontem contra uma igreja de 200 anos na cidade de Mullavilly. Os principais suspeitos são grupos radicais que apóiam a presença britânica na Irlanda do Norte. Texto Anterior: Com defeito, ônibus espacial retorna hoje Próximo Texto: Tutsis fecham cerco sobre 2ª maior cidade Índice |
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