São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997 |
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CPI aprova auditoria do BC em fundo do Bradesco Objetivo é apurar se houve perda para cotistas do banco DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A CPI dos Precatórios aprovou ontem um requerimento para que o Banco Central realize uma auditoria nos fundos de renda fixa do Bradesco, além de rastrear todos os títulos públicos comprados pelo banco desde 1995.O requerimento, apresentado pelo relator da comissão, Roberto Requião (PMDB-PR), foi aprovado por unanimidade, mas alguns senadores fizeram ressalvas ao pedido. "Tenho avaliação de que isso não vai nos conduzir a muita coisa, mas dou parecer favorável", disse José Serra (PSDB-SP). O senador Fernando Bezerra (PMDB-RN) também reclamou. "Voto a favor, mas acho que essa é uma questão de mercado. Se o fundo do Bradesco não estiver dando bons rendimentos, vai perder clientes. Só isso", afirmou. Vilson Kleinubing (PFL-SC), que anteontem havia isentado os tomadores finais -entre eles o Bradesco- de irregularidades, não estava presente no momento da votação. Requião comemorou a aprovação e aproveitou a oportunidade para reclamar da imprensa, que vem registrando a divisão da CPI sobre temas polêmicos. "Temos divergências pontuais, mas hoje a imprensa deve registrar a unidade absoluta da CPI", disse. Também houve polêmica sobre outro requerimento aprovado por unanimidade, que pediu o fim do sigilo bancário, fiscal e telefônico dos ex-presidentes do Banespa, Produban, Bandepe e Banestado. "Estou preocupado é com a privacidade dos cidadãos. O Estado não pode ficar derrubando portas sempre que quer alguma informação", disse o vice-presidente da CPI, Geraldo Melo (PSDB-RN). Argumentos "O presidente só vota quando há empate, e não é o caso. Mas quero declarar que participo da preocupação do senador Geraldo Melo", disse o presidente da CPI, Bernardo Cabral (PFL-AM). Ao final, todos acabaram se rendendo aos argumentos de Requião de que a CPI precisava dar o mesmo tratamento a todos os presidentes de bancos de Estados que emitiram títulos. O pedido da auditoria no Bradesco foi justificado por Requião com base na suposta perda de R$ 50,37 milhões que os investidores teriam sofrido. O valor se refere ao lucro ganho por corretoras que agiram como intermediárias até que o Bradesco fizesse a compra final dos títulos. "Não suspeito do Bradesco como instituição. Mas tenho a suspeita de que alguns funcionários possam ter auxiliado a cadeia da felicidade", disse o relator. A Folha ligou para a residência do presidente do Bradesco, Lázaro de Mello Brandão, às 22h10 e deixou recado para que entrasse em contato com a Redação, o que não ocorreu até o fechamento desta edição. A Folha também ligou para o celular do vice-presidente-executivo do banco, Ageo Silva, que estava desligado. Texto Anterior: A egolatria demófoba do tucanato Próximo Texto: Neiva agora diz que pagou carro Índice |
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