São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997
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Rebelados mantêm oito reféns na BA

Rebelião começou sábado, durante visita

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Depois de quase 20 horas de negociações suspensas, os líderes da rebelião em um presídio de Vitória da Conquista (BA) retomaram as negociações, no final da tarde de ontem, com o delegado especial Waldir Barbosa.
Oito reféns estão em poder dos detentos desde o início da noite do último sábado. As negociações entre o delegado e os líderes da rebelião foram suspensas na noite de anteontem, depois que os policiais descobriram que os detentos tentavam cavar um túnel para fugir.
No início da manhã de ontem, dois funcionários do presídio que estavam desde o início da rebelião no pátio com os 51 presidiários que não aderiram ao movimento foram libertados.
"Eles não deixaram o presídio antes porque o clima estava tenso", disse o delegado Waldir Barbosa. Segundo Barbosa, entre 10 e 15 detentos participam da rebelião. Os dois líderes do movimento -Idalmir dos Santos e Antonio Jucivan- reivindicam quatro carros, dez revólveres, duas escopetas e R$ 24 mil para libertar os reféns.
"A palavra rendição não existe em nosso dicionário", afirmou ontem Idalmir dos Santos ao delegado Waldir Barbosa.
O delegado disse também que os dois líderes da rebelião foram condenados a 90 anos de prisão cada. "Eles são muito perigosos e não têm amor pela vida."
Presídio cercado
Os amotinados ocupam o prédio da administração. No início da tarde, um médico receitou analgésicos para dois reféns que se queixaram de fortes dores de cabeça.
O presídio está cercado por 50 policiais militares, dez civis e cinco agentes. A rebelião começou sábado passado, no horário de visitas, durante a realização de um culto evangélico.
Armados de estiletes, facas e canivetes, os detentos renderam nove reféns -um foi libertado anteontem. O delegado Waldir Barbosa disse que as exigências dos detentos não serão atendidas. "Essa possibilidade não existe."
Waldir Barbosa disse também que os policiais não vão invadir o presídio. "Em hipótese alguma vamos colocar em risco a vida dos reféns." Os detentos ameaçam explodir o presídio em caso de invasão por parte dos policiais.

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