São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997
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Promotor investiga fita com crianças em sessão de tiro em SP

EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

O Ministério Público pediu abertura de inquérito para apurar responsabilidades pela participação de crianças em sessão de tiros em uma área do Ministério do Exército no interior de São Paulo.
As imagens estão em uma fita de vídeo que chegou às mãos do curador da Infância e da Juventude de Catanduva (385 km de São Paulo), Antonio Bandeira Neto, 34.
As imagens mostram crianças com idade entre 5 e 12 anos, segundo o promotor, segurando e disparando, com a ajuda de adultos, armas de calibres 38 e 22, em uma estande de tiros.
O caso foi enviado à Delegacia Seccional de Polícia. O delegado seccional, Antonio Luiz de Almeida Prado, disse ter identificado o local filmado como sendo a área de treinamento do Tiro de Guerra.
A polícia tem informações de que as pessoas que aparecem na fita seriam de uma empresa que presta segurança a agências bancárias, sem citar nomes.
O comandante do Tiro de Guerra em Catanduva, sargento Amarildo José dos Santos, 33, disse ter tido informação de que, em maio de 96, o local foi usado para reciclagem de seguranças do Banespa. Ele acredita que as imagens possam ser desse treinamento.
"Aquilo é uma área do Ministério do Exército, sob administração do Tiro de Guerra. Ninguém pode utilizar sem minha autorização. Desde 14 de janeiro, quando eu assumi, ninguém utilizou a área sem minha permissão", afirmou.
A Agência Folha não conseguiu localizar a direção do Banespa para comentar o caso.
Segundo o promotor Bandeira Neto, o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que o uso de armas e explosivos por menores é crime. Os responsáveis estão sujeitos a pena que pode variar de seis meses a dois anos de prisão.

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