São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997 |
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CRONOLOGIA DO CASO 3, 5 e 6 de março - PMs fazem blitze que são filmadas na favela Naval, em Diadema. Durante as batidas, civis são torturados, humilhados e extorquidos pelos PMs 7 de março - O conferente Márcio José Josino, 30, é morto pelos PMs com tiro na nuca. Os dois amigos que acompanham Josino e são espancados, Jefferson Caputi e Antônio Carlos Dias, comunicam o fato à Polícia Civil. A Polícia Civil convoca cerca de 50 policiais militares que estavam no plantão noturno para que as vítimas tentem reconhecer os agressores e o assassino. Na Delegacia Central de Diadema, os amigos de Josino reconhecem os soldados Otávio Lourenço Gambra, conhecido como Rambo, e Nelson Soares da Silva Júnior como responsáveis pelo espancamento. Eles não sabem dizer quem atirou porque o disparo foi dados pelas costas. Segundo a Polícia Civil, os dois policiais apontam outros quatro companheiros da 2ª Companhia do 24º Batalhão da PM (Diadema) como envolvidos no bloqueio. Nenhum deles é preso em flagrante, segundo a delegacia, porque não havia ficado provado que os PMs tinham atirado. É aberto um Inquérito Policial Militar sobre o caso. 8 de março - Gambra e Silva Júnior são detidos administrativamente pela Corregedoria. Sob a alegação de que não havia provas para mantê-los presos, ambos são libertados após quatro dias úteis. 25 de março - A PM diz ter recebido a fita com as imagens das torturas, extorsões e da morte de Josino. O Ministério Público é avisado. 26 de março - O promotor José Guillem Blat assiste à fita de vídeo. Os PMs são detidos administrativamente após o cabo Ricardo Luiz Buzeto, um dos envolvidos, admitir sua participação e acusar os outros policiais. É aberto inquérito para apurar a tentativa de assassinato contra o músico Sílvio Lemos, que também é mostrado no vídeo sendo espancado. 27 de março - O comandante do 24º Batalhão, tenente-coronel Pedro Pereira Matheus, solta Buzeto sob alegação de que ele estaria cooperando com as investigações. 31 de março - O vídeo é exibido pelo "Jornal Nacional". 1º de abril - É decretada a prisão temporária de 30 dias dos dez acusados. O governador Mário Covas e o secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, afastam de suas funções o coronéis Paulo Miranda de Castro, ex-corregedor da PM, Luiz Antonio Rodrigues, ex-comandante da PM no ABCD, o tenente-coronel Pedro Pereira Matheus, ex-comandante da PM em Diadema, e o major Pedro Acácio Gagliardo, ex-subcomandante da PM em Diadema. 2 de abril - Buzeto e outros nove PMs são indiciados no inquérito que apura a morte de Josino. O tenente-coronel Pedro Matheus é preso administrativamente por ter revogado a prisão de Buzeto. 4 de abril - O inquérito de Josino é concluído. O Ministério Público decide denunciar por homicídio, tentativas de assassinato, formação de quadrilha e abuso de autoridade nove PMs envolvidos na tortura e morte. O outro PM é denunciado por formação de quadrilha e abuso de autoridade. A Justiça determina que eles fiquem presos até o julgamento. Comando da PM se reúne e promete mudanças. 6 de abril - O cabo Buzeto se entrega à polícia. 7 de abril - A Justiça aceita a denúncia contra os dez policiais. Com isso, eles devem ser julgados por um júri popular. Texto Anterior: Deputado petista diz que vai processar PT Próximo Texto: Posto policial comunitário recebe reforço em plantão Índice |
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