São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997 |
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Rio vai expulsar PMs espancadores
LUIZ CAVERSAN
A sessão de agressões -socos, pontapés, joelhadas e pancadas com objetos contundentes, estando as vítimas ou dominadas ou de rostos voltados para uma parede- ocorreu na madrugada de 23 de março. Os policiais estão presos no 18º Batalhão e foram identificados como major Álvaro Rodrigues Garcia, terceiro sargento João Carlos Barbosa, cabos Geraldo Antonio Pereira e Sérgio Ricardo Paiva e soldados Aldair Ferreira Menezes e Marco Aurélio da Silva. O major e os cabos receberam gratificação por bravura no ano passado. Moradores e policiais ouvidos pela Folha afirmaram que as agressões ocorreram num ponto de venda de drogas. Tanto as vítimas, moradores e lideranças comunitárias disseram que ações daquele tipo são rotineiras no bairro -um conjunto residencial popular construído próximo a Jacarepaguá na década de 60 para abrigar favelados. Segundo C.D., que desenvolve programas sociais no bairro, "tapa na cara é o carinho mais doce que a PM faz por aqui". Dois policiais do 18º Batalhão confirmaram que a polícia age com violência naquele local. "O PM tem que se impor. Ninguém que apanhou ali é santo", disse um soldado que pediu para não ser identificado. Para o coronel Ivan Bastos, presidente do Clube dos Oficiais da PM fluminense, a atitude dos policiais "não é um fato isolado". Na sua opinião, "desvio de conduta é o policial que trata corretamente o cidadão". O secretário da Segurança Pública do Rio, general Nilton Cerqueira, também afirmou que esse não é um caso isolado, mas sim uma manifestação "da fera oculta que existe dentro do homem". Texto Anterior: Policiais ganharam gratificação Próximo Texto: Wagner não deve estar mais tão "Tristão" Índice |
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