São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997
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Neoperonista faz ataques ao FMI

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Eduardo Duhalde, governador de orientação neoperonista de Buenos Aires e candidato à sucessão de Menem, recomendou ontem ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que "não perca tempo" esperando pela privatização do Banco Província (Bapro).
O organismo multilateral tem feito sugestões reiteradas no sentido de transferir o banco ao setor privado. O Banco Província é a segunda instituição do sistema financeiro argentino em volume de depósitos e de créditos.
Duhalde governa o Estado mais populoso da Argentina, com 14,8 milhões de habitantes e é o principal candidato do Partido Justicialista (peronista e neoliberal) à sucessão do presidente Carlos Menem em 1999.
Em declarações na sede do governo de Buenos Aires, Duhalde ratificou sua intenção de manter a instituição em mãos do Estado, com o apoio de grupos dos setores agrícola e industrial.
A pressão pela privatização da instituição aumentou com a presença, nesta semana, de uma missão de técnicos do FMI que examinam as contas fiscais argentinas.
Nos memorandos de entendimento assinados pelo país com o Fundo Monetário Internacional nunca foi incluído o compromisso de vender o banco.
Mas nas últimas semanas ampliou-se a polêmica com as entidades que representam os bancos privados, que reclamam a privatização do Bapro e denunciam supostas contradições no discurso econômico oficial.
Os banqueiros privados afirmam que enquanto o presidente Menem defende um modelo econômico neoliberal sem limites, um dos principais candidatos do seu partido a ocupar o cargo de mandatário no próximo século "mantém posturas próximas ao antigo estatismo peronista".
O Bapro é a cabeça de uma corporação que não apenas oferece créditos com taxas razoáveis ao setor produtivo como administra uma das maiores instituições de fundos de aposentadoria e a mais poderosa seguradora de acidentes de trabalho da Argentina.
O Banco Província atua ainda em parceria com o banco espanhol Santander e a seguradora francesa BNP em vários setores.

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