São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997
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'Só exportar mais não traz equilíbrio'

Opinião é de Mendonça de Barros, do BNDES

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luiz Carlos Mendonça de Barros, disse ontem que os problemas da balança comercial não se resolvem apenas aumentando as exportações.
Quando falou sobre problemas, ele se referiu aos déficits verificados nos últimos meses, quando as importações superaram as exportações. Neste ano, por exemplo, o déficit acumulado da balança comercial até março é de US$ 3,2 bilhões.
Esses problemas se resolvem combatendo as importações, mas não por meio de medidas de restrição, afirmou. Como exemplo, ele citou as medidas anunciadas ontem para facilitar investimentos na telefonia celular.
Ao fazer isso, os produtos da área de telecomunicações hoje importados serão produzidos aqui, segundo a tese de Mendonça de Barros. Suas declarações mostram que o governo não vê mais o aumento das exportações como a única solução para melhorar o resultado da balança comercial do país.
Mendonça de Barros afirmou que o BNDES precisa adotar uma postura que os bancos privados não estão tendo, e oferecer financiamentos em prazos e condições similares àquelas existentes no exterior.
Competitividade
O ministro Antonio Kandir (Planejamento) disse que o governo está preocupado em criar condições para melhorar a competitividade da indústria brasileira para disputar mercado com produtos estrangeiros -aqui e no exterior.
Kandir também disse que o governo vai estimular alguns setores. Com isso, as importações poderiam ser controladas sem medidas de proteção, mas com empresas mais eficientes.
Mesmo assim, o governo adotou no mês passado uma medida para restringir as importações financiadas. Ao determinar que as compras no exterior com prazo de até 180 dias sejam pagas à vista, o governo acabou restringindo as importações.
O governo deve anunciar em breve medidas de incentivo para os setores com maior potencial de crescimento de vendas no mercado externo. Um dos setores que devem ser beneficiados é a indústria de bens de capital.

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