São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997
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Foi muito azar

THALES DE MENEZES

Passadas algumas semanas dos jogos disputados em Ribeirão Preto, fica mais contundente a afirmação: o Brasil deu muito azar mesmo ao pegar os EUA como adversários na primeira rodada da Copa Davis.
Por que razão este colunista volta a esse assunto, tanto tempo depois?
É que dá raiva conferir a relação dos quatro países semifinalistas da Davis, definidos no último final de semana, e encontrar a equipe italiana em tão destacada posição.
Quanto aos outros três semifinalistas -EUA, Austrália e Suécia-, nada a questionar. São presenças constantes nas decisões da Copa Davis. Mas a equipe italiana é o "estranho no ninho" do grupo.
Se os brasileiros enfrentassem os italianos em Ribeirão, duvido que o confronto acabasse em pizza. Sem tirar o mérito dos titulares da Itália nas partidas de simples, Omar Camporese e Renzo Furlan, chegar até uma semifinal de Davis é areia demais para o caminhão deles.
O sucesso italiano é a ponta do iceberg do grande problema da Copa Davis neste ano: o excesso de desfalques em quase todas as grandes equipes.
EUA e Holanda, por exemplo, fizeram um pálido confronto nas quartas-de-final, sem nenhum dos "top ten" dos dois países: Pete Sampras, Michael Chang e Richard Krajicek.
Desfalques como esses, somados às condições peculiares de disputa registradas na Davis (pressão da torcida, jogos mais longos, intervenção de um treinador...), levam a resultados inesperados.
São exemplos disso as eliminações precoces de potências da raquete como Espanha, Alemanha e França.
Os EUA são os únicos que podem jogar a Davis com seu segundo time e manter o favoritismo, se é que alguém tem a coragem de chamar Agassi e Courier de "segundo time".
Se fosse a Itália lá em Ribeirão, se fosse a Itália...

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