São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Leilão da Vale deve ter dois consórcios CHICO SANTOS CHICO SANTOS; CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO A pouco mais de duas semanas do leilão de privatização da Companhia Vale do Rio Doce, considerado o negócio do ano no país, está praticamente definido que dois consórcios vão participar da disputa. Um deles é liderado pelo grupo Votorantim e o outro é liderado pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). Mas ainda não foram totalmente definidas as composições dos dois consórcios. E seja qual for a sua composição, os dois grupos em formação são liderados por empresas que não são especialistas em mineração de ferro, o principal negócio da Vale do Rio Doce. O Votorantim, cuja especialidade são negócios com cimento, alumínio, energia e celulose, tem ao seu lado a poderosa mineradora sul-africana Anglo American, a maior empresa do mundo do setor, que faturou no ano passado cerca de US$ 14 bilhões. Ela é líder em mineração, mas de ouro e diamantes. São também prováveis aliados do Votorantim a siderúrgica japonesa Nippon Steel e um outras empresas japonesas que atuam na comercialização de minério de ferro, como a Nissho Iwai e a Marubeni. CSN A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), por sua vez, atua sim com minério de ferro, mas na sua transformação e não em sua exploração. Um dos seus principais acionistas, o grupo Vicunha, tem no setor têxtil sua mais tradicional área de atuação. Esse grupo desencadeou uma ofensiva na busca de mais participantes nos últimos dias. O grupo enfrentou dois sérios reveses no mês de março. Um deles ocorreu quando o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), gestor das privatizações federais, informou que o Bradesco não poderia entrar como investidor no leilão, por ter participado do processo de avaliação. Essa proibição foi atenuada mais recentemente. O outro revés foi a decisão da empresa sul-africana Gencor de entrar no consórcio apenas de forma minoritária. Adesões A CSN conseguiu, nos últimos dias, várias adesões ao seu consórcio, quase todas do setor financeiro, a começar pelo banco de investimentos Opportunity, que deve atuar por intermédio de um fundo de investimentos criado há dois meses para participar do leilão. O fundo do Opportunity poderá comprar um máximo de 15% do capital da futura controladora da Vale, a Valecom. O BBI (Banco do Brasil de Investimentos) também formou um fundo de investimentos e na última sexta-feira estava sendo contado como mais um participante do consórcio liderado pela Companhia Siderúrgica Nacional. Texto Anterior: O escândalo da Vale... Próximo Texto: Estatal não sofrerá mudanças Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |