São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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Negociações ainda não foram concluídas

DA REPORTAGEM LOCAL

As negociações entre empresas e bancos para participação no leilão da Vale do Rio Doce estão sendo ainda mais intensas do que em outros processos de privatização.
Tanto que, a menos de duas semanas para terminar o prazo -no dia 24- para a entrega dos documentos dos interessados em participar do leilão, ainda existem muitas dúvidas sobre que empresa vai participar de qual grupo.
Em parte, as negociações estão sendo mais detalhadas e árduas por causa do valor a ser pago pela Vale -pelo menos R$ 3 bilhões- e pelo grande número de grupos interessados, estrangeiros e brasileiros, dos mais variados setores, inclusive bancos.
Muitos desses bancos e empresas não querem nem dispõem de recursos para investir pesadamente no negócio, mas gostariam de entrar num dos consórcios por terem interesses estratégicos ligados às áreas de atuação da Vale ou porque consideram que, em poder do setor privado, a companhia vai ter mais lucros e render mais dividendos para seus acionistas.
Centralismo
Além disso, a Folha apurou junto a várias empresas candidatas a entrar num dos consórcios que uma das dificuldades adicionais é o estilo centralizador dos dois empresários que despontam como os principais candidatos a dono da Vale, Antonio Ermírio de Moraes, da Votorantim, e Benjamin Steinbruch, da Vicunha, acionista da Companhia Siderúrgica Nacional.
No caso de Steinbruch, existem certa preocupação também porque tanto a CSN como o grupo Vicunha entraram em diversos grandes negócios recentemente, como no leilão da Light, em maio do ano passado, e no projeto de R$ 800 milhões de construção de uma usina siderúrgica no Ceará.
O consórcio da CSN enfrentou outro problema, com a proibição, depois amenizada, de participação do Bradesco, que fez parte do grupo que definiu as regras do leilão.
O Bradesco poderia agora financiar os participantes do consórcio, embora tenham surgido outras ofertas de crédito, como o do Nations Bank, um banco americano disposto a obter uma linha de crédito de US$ 1,2 bilhão para a operação e entrar, ele mesmo, com US$ 400 milhões em capital.

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