São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997 |
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Secretário é acusado de ter polícia paralela
ANDRÉ MUGGIATI
A informação consta de relatório elaborado por três procuradores da República, após investigações pedidas pelo Ministério da Justiça. O secretário nega o conteúdo das denúncias. "Não há nada. Isso não existe. Eles não têm nenhuma prova do que estão dizendo", diz. "O Klinger é um homem correto, que está sendo injustamente acusado porque faz um bom trabalho", diz o governador Amazonino Mendes (PFL). Os procuradores acusam o secretário de prática de "advocacia policial-administrativa", utilizando o aparelho policial para cobrar dívidas de comerciantes. O relatório aponta como vítima o comerciante Pedro Celestino de Oliveira Neto, que teria tido o filho Ricardo sequestrado por policiais, para que se apresentasse à delegacia para saldar uma dívida. Oliveira Neto chegou a ser levado à penitenciária do Estado, onde afirma ter tido sua integridade física violada. A comissão constatou que o secretário constava como advogado no processo de cobrança contra Oliveira Neto. A ocorrência de torturas no prédio da secretaria foi confirmada por dois promotores, que chegaram a ouvir o ruído de pancadas e gritos dentro do prédio. O relatório também denuncia a existência de um grupo de extermínio com policiais e ex-policiais. Com menor salário de R$ 1.280, os policiais civis dão, em média, seis tiros antes de entrar na ativa. Os casos de violência, porém, estão mais ligados à PM. Houve seis homicídios envolvendo PMs em 96 -cinco foram expulsos da corporação. Na maioria dos casos PMs mataram civis após discussões ou por motivos passionais. Na PM, o menor salário é de R$ 560 e os policiais dão cerca de 60 tiros, nos seis meses de formação. Texto Anterior: Violência policial no Brasil Próximo Texto: Estado cria comissão para apurar violência Índice |
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