São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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Estado cria comissão para apurar violência

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Os casos de indisciplina policial e de abusos de superiores sobre soldados levaram o governador do Rio Grande do Sul, Antônio Britto (PMDB), a criar a Comissão de Controle Disciplinar da Segurança Pública.
A comissão, criada na última terça-feira, será integrada por entidades da segurança pública, Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, Ministério Público e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
A intenção é centralizar informações sobre irregularidades policiais, receber denúncias e elaborar um relatório disciplinar.
O governo do Estado também abriu concurso para 500 vagas de PMs. Só poderá ser candidato quem tiver o 2º grau completo.
A Brigada Militar tem 25 mil policiais, 8.000 a menos do que é considerado suficiente pelos oficiais. A população gaúcha é de 9 milhões de habitantes.
Segundo a Comissão de Direitos Humanos do Legislativo, depois da divulgação de cenas de Diadema, multiplicou-se o número de denúncias contra a polícia.
Criado há 15 meses, o Disque-Denúncia, do governo, não havia recebido nenhum telefonema até o episódio de Diadema. Depois, recebeu seis em uma semana.
O comandante-geral da Brigada Militar, Dilamar Vieira da Luz, disse que, em 1996, foram abertos 924 IPMs e 218 sindicâncias. Ao todo, foram afastados 76 PMs em 1996 e quatro em 1997.
Em Novo Hamburgo (região metropolitana de Porto Alegre) aconteceu o terceiro caso de violência policial flagrada por uma câmera de vídeo, depois dos de Diadema e do Rio de Janeiro.
Os PMs Cláudio Pires, 28, e José Ubirajara Chaves, 33, foram filmados agredindo e permitindo que o industriário José Adair Welter, 24, agredisse Nélson Baquera de Mattos, suspeito de ter furtado um toca-fitas. O caso está sendo apurado por um inquérito policial militar.

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