São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997 |
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Suspeita afasta subsecretário
FABIANA PEREIRA
Ele havia sido afastado do cargo em dezembro de 1996, depois de ter sido acusado de envolvimento no assassinato do advogado e ativista dos direitos humanos Francisco Gilson Nogueira de Carvalho, morto com tiros de fuzil. Na época, o advogado atuava como assistente do Ministério Público nos processos de crimes atribuídos ao grupo de extermínio "Meninos de Ouro". Medeiros é acusado de chefiar o grupo. Ele afirma que o grupo não existe. Um dos crimes atribuídos aos "Meninos de Ouro" ficou conhecido por chacina da Mãe Luiza, em 1995, quando três pessoas foram assassinadas em uma favela. Um relatório da Human Rights Watch atribuía a esse grupo 28 assassinatos no Rio Grande do Norte. Para apurar os responsáveis pela morte do advogado, duas investigações, uma do Ministério Público e outra da Polícia Federal, foram iniciadas e até agora não foram concluídas. Medeiros teve seu nome citado no recente relatório da Human Rigths Watch/Americas. "Até hoje não entendo por que tentam me incriminar. Trabalho há 21 anos na polícia. Se sou chamado para o cargo várias vezes, é porque posso exercê-lo", declarou Medeiros. "Ele (referindo-se ao advogado) era envolvido em vários delitos. Cheguei a prendê-lo uma vez e acho que ele começou a me perseguir", afirmou. Medeiros afirmou que ainda não foi ouvido nenhuma vez pelo delegado Gilson Campos, da PF, responsável por investigar o caso. O Rio Grande do Norte tem 732 policiais civis. Um agente iniciante recebe R$ 357 mensais. O Centro de Direitos Humanos e Memória Popular de Natal informa que, conforme um relatório da Comissão Especial de Promotores Públicos do Rio Grande do Norte, desde 1994 26 casos de denúncias contra policiais foram registrados -nove acusações de homicídio. Texto Anterior: Estado cria comissão para apurar violência Próximo Texto: Serviço ouve 150 pessoas em 72 h Índice |
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