São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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Violência policial de BH já alcança a de SP

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A violência policial em Belo Horizonte não é menor do que em outras grandes capitais, como o Rio de Janeiro e em São Paulo. A conclusão faz parte de relatório da Promotoria de Defesa dos Direitos Humanos de Belo Horizonte.
Segundo o relatório, 116 policiais civis e 73 militares foram formalmente denunciados, em 96, por abusos e violência na Justiça comum de Belo Horizonte. Há 11.126 policiais militares e 3.800 civis na região metropolitana.
No caso de militares, a promotoria só podia apresentar denúncias por abuso de autoridade e crimes contra adolescentes e crianças. Desde o fim do ano passado, crimes de homicídio doloso passaram também a ser julgados pela Justiça comum.
A maioria das denúncias contra PMs se refere a abuso de autoridade. Policiais civis são acusados principalmente de tortura. O secretário da Segurança Pública, Santos Moreira, disse que não há tortura na Polícia Civil de Minas.
Segundo a Promotoria de Direitos Humanos de Belo Horizonte, todas as acusações contra policiais são investigadas por promotores.
Na semana passada, por exemplo, dois militares e quatro policiais civis foram denunciados pela promotoria pela prisão ilegal e morte de um lavador de carros.
O chefe da assessoria de comunicação da Polícia Militar de Minas, major Rômulo Diniz, afirma que a corporação pune exemplarmente militares. Segundo ele, 173 militares foram excluídos no ano passado. Por determinação judicial, no entanto, foram apenas quatro.
A Justiça Militar de Minas condenou 28 militares dos 93 julgados em 96, por homicídio, tentativa de homicídio e lesões corporais. Os soldados recebem 30 horas/aula sobre direitos humanos.
O salário inicial de um soldado é de R$ 300,75. A Agência Folha apurou que um detetive da Polícia Civil, em início de carreira, recebe em torno de R$ 280.

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