São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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Exportação agrícola vira tábua de salvação

DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os produtos agrícolas -processados ou não- responderam por 30,82% do total exportado pelo Brasil em 1996. O setor é encarado como tábua de salvação para o alívio do déficit comercial esperado para 97 -cerca de US$ 12 bilhões.
Estudos preliminares da Secretaria de Política Econômica prevêem que a exportação agrícola deve aumentar cerca de US$ 1,3 bilhão em 97. Somente o complexo soja (farelo, óleo e grãos) deve responder por US$ 500 milhões dessa cifra.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior, as vendas externas de produtos agrícolas não devem ser impulsionadas apenas pela safra recorde esperada para este ano, de 81,1 milhões de toneladas.
Deverá influir também a isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os produtos básicos e semimanufaturados -que ajudam a diminuir os custos de produção e, portanto, os preços finais.
Além disso, o governo reza para que se cumpra a expectativa de crescimento de 4% na economia mundial no ano -que significa demanda maior- e a tendência de alta nos preços dos produtos agrícolas no mercado internacional.
Nos últimos anos, as exportações agrícolas têm apontado curva ascendente. Em 1992, correspondiam a US$ 9,294 bilhões. No ano passado, saltaram para US$ 14,519 bilhões, com aumento de 56,21%.
As importações triplicaram no mesmo período -passaram de US$ 2,055 bilhões para US$ 6,110 bilhões-, impulsionadas pelo aumento do poder de consumo interno a partir de 1994.
Mas nem mesmo esse salto foi suficiente para acender a luz vermelha na balança comercial agrícola (diferença entre exportações e importações somente do setor).
Dados da Secretaria de Política Agrícola mostram que, em 1996, essas contas fecharam com superávit de US$ 8,409 bilhões, enquanto a balança comercial apontou déficit de US$ 5,979 bilhões.
"A agroindústria é o setor mais sofisticado do país. Tem acesso à fronteira tecnológica e está mais preparado para enfrentar a globalização, para ganhar espaço nos mercados interno e externo", afirma o secretário de Política Agrícola, Guilherme Dias.
A longo prazo o desafio é elevar as vendas de produtos tecnologicamente mais complexos e com qualidade e preços competitivos.
"Hoje, queremos maximizar as exportações de produtos que tenham vantagens comparativas no mercado internacional, como os segmentos produtores de frutas tropicais e de flores", afirmou o secretário de Política Econômica, José Roberto Mendonça de Barros.
"Para a segunda fase, precisamos de mais investimentos nos setores mais apurados, como a eletrônica de consumo e a computação eletrônica."
(DCM)

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