São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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Soja tem competição acirrada

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Embora responda por cerca de 10% das exportações brasileiras nos últimos anos, o complexo soja enfrenta alta competitividade da produção de outros países e tem capacidade limitada de expansão de exportação.
O segmento deverá ser suplantado -em aumento de produtividade e de exportações- pelos produtores de carnes de frango e de suínos.
"A soja não vai cumprir no futuro o mesmo papel que teve nos anos 70 porque já não garante tanto lucro aos produtores e exportadores", afirmou o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Guilherme Dias.
Dias afirmou ainda que produtos como as frutas de clima tropical e temperado, derivados de madeira (celulose, madeira tratada), flores e hortículas devem causar surpresas nas contas das exportações nos próximos anos.
O café, entretanto, é ainda uma aposta. Isso porque, no campo, a produção passou por um processo de modernização. Mas a maioria das torrefadoras continua mantendo estruturas ultrapassadas.
A legislação emperra as tentativas de diversificação do setor. Os produtores não podem, por exemplo, misturar açúcar ao pó de café para competir no mercado argentino -que exige tal mescla.
Já o segmento tradicional da pecuária bovina não tem nenhum grau de competitividade, segundo o secretário. "O segmento está acabando. E não perdemos nada se ele desaparecer", afirmou.

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