São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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Cidade teve auge com a Saint George

Lembrança é da viúva de antigo mineiro

DA REPORTAGEM LOCAL

A mina de ouro de Araçariguama trouxe o pouco de riqueza que a cidade conseguiu juntar desde sua fundação, em 1653.
Nas décadas de 20 e 30, segundo Marcelina de Oliveira Incau, 80, a Saint George era a única fonte de riqueza da cidade.
Em torno da mina giravam as demais atividades econômicas, que se resumiam praticamente ao comércio de alimentos e roupas.
"Não fosse a mina de ouro, a cidade não teria nada hoje em dia", disse Marcelina Incau.
Ela é viúva de Maurício Incau, morto há 14 anos, que durante o período de atividade da Saint George foi o responsável pela mina de Araçariguama.
Segundo Marcelina, nem tudo são boas lembranças desse tempo. Ela diz, por exemplo, que alguns trabalhadores da mina tiveram mais tarde problemas de saúde em virtude das condições precárias de trabalho.
"Muita gente morreu de tuberculose por trabalhar na mina", diz ela, que afirma que o seu marido foi um dos que tiveram problemas de saúde por trabalhar com a mineração.
Equipe
Durante os anos em que a mina teve maior atividade, trabalhavam ali cerca de 50 pessoas, de acordo com Marcelina.
Uma das poucas recordações que ela possui da mina nessa época é um relatório das atividades da mina.
Nesse relatório, constam 26 nomes de funcionários que trabalham nas diferentes atividades da mina, com uma jornada diária de oito horas de trabalho.
Marcelina lembra ainda de um outro fato marcante dessa época. "Vinha muito estrangeiro visitar a mina e aqui só tinha caipira", relembra.

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