São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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Lazer pode levar à ascensão profissional

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Viagens em finais de semana, partidas de golfe aos sábados e um drinque no final do expediente. As três atividades, tão presentes na vida dos executivos bem-sucedidos, não são mais apenas sinônimos de lazer e diversão.
Em plena globalização, encontrar amigos em momentos de descontração e aproveitar para aprofundar contatos é também uma forma de ganhar espaço -e visibilidade- no mundo profissional.
"O lazer é uma fonte de oportunidades de negócios", diz Antônio Luiz Lang, 34, diretor de vendas da Savena Veículos, revenda da Volkswagen.
Para ele, tem maiores chances na profissão quem se preocupa em levar uma vida social mais agitada -com jantares, viagens com amigos e praticando esportes, entre outras coisas.
"Os executivos devem otimizar seus momentos de lazer. Nada de ir ao sítio só com a família. É bom aproveitar e levar amigos ou colegas de profissão", exemplifica a consultora Adelaide Rebouças Du Plessis, sócia da Fesa (Financial Executive Search Associates).
Premissas
A união entre prazer e negócios, no entanto, tem uma premissa básica: nada de bancar o "interesseiro." Ou seja, quem não gosta de ópera não precisa ir ao Teatro Municipal só para agradar alguém.
Mas os bons jogadores de golfe, por exemplo, devem aproveitar as novas amizades feitas durante a partida para marcar encontros.
"A regra é nunca tratar do negócio durante as horas de descanso. Os assuntos profissionais devem ser tratados durante a semana."
Luiz Antônio França, diretor do BFB, diz que esses encontros são, antes de mais nada, naturais. Mas, no seu caso, conquistar amigos com o "velho e bom hábito" de fumar charuto nunca deu certo.
Há um ano no Brasil, França conta que fez fortes laços de amizade nos três anos em que morou nos EUA.
"Ligo para os amigos quando tenho perguntas sobre o mercado. É uma via de mão dupla, porque eles também me fazem perguntas."
Segundo ele, quando não foi criada uma amizade prévia, nem sempre o executivo consegue informações de bastidores, que podem ajudar no trabalho.
"Quando eles ampliam relacionamentos, ganham amigos que podem ajudá-los", diz Adelaide.
Samuel de Oliveira Felício, que trabalha numa multinacional de sistemas elétricos, diz que seu atual emprego foi conseguido com a indicação de um amigo.
"Queriam alguém de confiança para o cargo."

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