São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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Bom momento para o comprador

RICARDO YAZBEK

O mercado imobiliário continua empenhado em caber, cada vez mais, no bolso do comprador.
Há vários anos, as empresas do setor vêm desenvolvendo estudos e colocando em prática avançados sistemas construtivos -visando reduzir custos-, bem como oferecendo importantes alternativas para a aquisição, alongando prazos de pagamento e, em bom grau, complementando a até então reduzida atuação do Sistema Financeiro da Habitação.
Vale salientar que o SFH está voltando a operar e, em breve, deverá estar flexibilizado, permitindo maior agilidade na concessão de créditos habitacionais.
Nesse promissor cenário, os potenciais compradores se vêem cercados da mais variada oferta e dos mais irresistíveis apelos, a maioria baseada em oportunidades reais e concretas.
Todavia, e como a aquisição de um imóvel representa, na maioria dos casos, a mais importante aquisição feita por uma família, não há o menor espaço para as decisões emocionais. A ordem é racionalidade e orientação.
Sendo assim, a primeira coisa a ponderar é a verdadeira capacidade financeira para comprar a unidade. Ainda que em muitos casos não se exija a comprovação de renda, o comprador deve avaliar se não estará comprometendo mais do que 30% do orçamento familiar com a prestação do imóvel.
Caso haja necessidade de financiamento bancário -o que é comum à maioria das famílias-, é preciso verificar criteriosamente o tipo de crédito que está sendo adquirido, principalmente nos critérios de reajustamento e na eventual formação de saldo devedor residual. Os financiamentos dos agentes financeiros do SFH acompanham a variação do índice de correção da caderneta de poupança, mais uma taxa de juros que gira em torno de 12% ao ano.
Já os financiamentos dos planos diretos acompanham normalmente a variação de índices setoriais (CUB ou INCC) ou índices de preços (IGP-DI ou IGP-M), mais a taxa de juros de 12% ao ano.
Daí ser importante comparar essa correção com a provável progressão da renda familiar.
Igualmente importante é saber o que está comprando e de quem. O Secovi-SP, a imprensa e outras entidades há tempos orientam o comprador da casa própria -seja qual for a forma de aquisição-, ressaltando aspectos como sistema (preço fechado, preço de custo), documentação da unidade pronta ou em lançamento (escritura do terreno, aprovação do projeto, registro da incorporação etc.), periodicidade dos reajustes, enfim, todas as informações pertinentes ao negócio imobiliário.
Tomadas as devidas precauções, o interessado estará fazendo uma compra boa, firme e valiosa.
E, cabe ressaltar, o momento também se apresenta oportuno àqueles que puderem investir em unidades para a locação, segmento altamente favorecido pela estabilidade econômica, onde o imediatismo da ciranda financeira cede lugar para as aplicações de mais longo prazo em ativos reais, dentre os quais os imóveis despontam como os mais seguros e rentáveis.

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