São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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Programa Carta de Crédito deve sofrer modificações

Financiamentos devem ser relançados no segundo semestre

DA REPORTAGEM LOCAL

Atualmente fechados, os programas de financiamento habitacional Carta de Crédito da CEF (Caixa Econômica Federal) devem ser relançados com modificações no segundo semestre deste ano, segundo Elaine Mascarenhas, gerente de mercado da CEF em São Paulo.
Os programas são dirigidos a pessoas que ganham até 12 salários mínimos (Carta de Crédito) e à classe média, com renda superior a 12 mínimos (Carta CEF).
A CEF informou que o Carta de Crédito deverá ser liberado sem a necessidade de o mutuário se inscrever para participar do programa, como ocorre atualmente.
Cada agência terá um volume de recursos, que será liberado conforme avaliação do gerente. Com isso, terminaria a espera pela convocação dos inscritos.
O Carta de Crédito é hoje a única forma de financiamento para a faixa de renda em que atua.
A liberação de recursos para os atuais inscritos termina em junho.
Segundo a CEF, os dois programas tiveram 1,03 milhão de inscritos. Foram emitidas 242.985 cartas de crédito, mas apenas 33.289 haviam efetivamente comprado imóvel até 17 de fevereiro passado.
Um dos motivos é a dificuldade frequente de encontrar imóveis com preço compatível ao financiamento e adequado ao comprador.
O que fazer
Hoje, de posse da carta de crédito, o mutuário tem de ir ao mercado encontrar o imóvel que se enquadre ao seu caso. Ele tem um prazo de 180 dias, prorrogáveis por mais 180. No programa para classe média, o prazo é 120 dias.
Além do valor financiado pela CEF, o mutuário poderá utilizar o seu FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Num exemplo genérico, o comprador poderá usar carta de crédito, mais FGTS, mais recursos próprios.
A carta de crédito é liberada para a compra de imóveis de até R$ 58 mil. O valor máximo financiado é R$ 31,5 mil.
No programa para a classe média, o valor financiado é até 60% do valor do imóvel até R$ 120 mil. Acima disso, o financiamento cai para 30% do valor do imóvel.
Nesse sistema, não há preço máximo do imóvel. Mas se ultrapassar os R$ 180 mil, não será possível utilizar o FGTS.
O mutuário vai pagar juros entre 3% e 7% ao ano no Carta de Crédito. Os juros são maiores para a classe média: 12% ao ano.
As prestações podem ser revistas, caso ultrapassem 30% da renda familiar do mutuário.
Dinheiro na mão
Na hora de fechar o negócio, o valor do financiamento da CEF é depositado em nome do vendedor do imóvel, novo ou usado.
No caso de construção ou reforma, o dinheiro vai sendo liberado em parcelas, de acordo com o desenvolvimento da obra. Um técnico do banco acompanhará a obra, cujo cronograma deve ser apresentado à CEF.
Segundo Elaine Mascarenhas, o objetivo do governo federal, com esses programas, é estimular o comprador final.

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