São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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Crédito direto financiou mais unidades em 1996

Empresas usam recursos próprios para bancar as obras

DA REPORTAGEM LOCAL

O autofinanciamento foi a fórmula que as construtoras e incorporadores encontraram contra as idas e vindas do SFH (Sistema Financeiro da Habitação).
Hoje, o financiamento direto abrange imóveis de todas as faixas. Para o comprador, não faz diferença se a mensalidade é paga para a construtora ou para o SFH.
Os prazos dos financiamentos diretos são tão elásticos quanto os do SFH e as condições, similares.
O que muda é quem vai bancar a obra. No caso do financiamento direto, é a própria incorporadora.
Apesar das reclamações das empresas imobiliárias contra a falta de financiamento por parte do governo, foi com o autofinanciamento que o mercado cresceu 8% em 1996, em relação a 95.
Além disso, apareceram formas alternativas para o pagamento de imóveis (veja quadro ao lado).
"O que acontece é que, ao invés de a empresa fazer cinco empreendimentos, faz apenas um, porque tem de empenhar um considerável capital no financiamento da obra", diz Ricardo Yazbek, 44, presidente do Secovi-SP (sindicato das imobiliárias e construtoras).
Levantamento da entidade indica que, no ano passado, 74,6% das unidades lançadas em São Paulo (maior mercado brasileiro) tiveram financiamento da própria incorporadora do empreendimento.
Restou ao SFH financiar 22,2% das unidades. "Isso nunca havia acontecido", diz Yazbek.
Funcionamento
Os sistemas alternativos de pagamento que foram criados pelas empresas apresentaram bons resultados, dando novas opções aos compradores.
A Rodobens Engenharia, por exemplo, vai lançar neste ano 2.800 unidades pelo Sistema Fácil. Criado em 91, o sistema prevê pagamento em até 95 meses.
Já a Rossi, com o Vida Nova, encontrou na faixa de menor renda, um bom filão de mercado.
Por R$ 29 mil à vista é possível comprar um apartamento. Ou pagá-lo em 84 meses, enfrentando juros de 12% ao ano mais correção pelo INCC (Índice Nacional da Construção Civil).
A empresa (que também criou o Plano 100) já lançou neste ano mil unidades dentro do novo sistema.
Os noivos Fábio Mapeli, 22, e Vânia Bertholdo, 23, procuravam um imóvel há quase dois anos e optaram por uma unidade do Vida Nova por causa do preço. "Dá para pagar com as sobras", diz ele.

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