São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997 |
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ALLEN GINSBERG MORRENDO
LAWRENCE FERLINGHETTI
tarde da noite o telefone está tocando "Aqui é Allen" a voz diz "Allen Ginsberg chamando" Quantas vezes a ouviram ao longo dos grandes anos Ele não precisa dizer Ginsberg No mundo inteiro no mundo dos poetas só há um Allen "Queria lhes contar" ele diz. Ele lhes conta o que está acontecendo o que está baixando sobre ele Sua voz vai por satélite sobre a Terra sobre o Mar do Japão onde uma vez ele posou nu tridente na mão como um jovem Netuno um jovem de barba negra É maré alta e os pássaros marinhos choram As ondas quebram sobre ele agora e os pássaros choram sobre a orla marítima de San Francisco Há um vento forte Altas ondas espumantes surrando o Embarcadero Estou lendo poesia grega Nela cavalos choram Os cavalos de Aquiles nela choram aqui à beira mar em San Francisco onde as ondas choram Eles fazem um som sibilante um som sibilino "Allen" suspiram "Allen" Tradução de JOÃO ALMINO Texto Anterior: O silêncio do lobo Próximo Texto: Filme põe em dúvida origem de Gardel Índice |
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