São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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Estudo dos EUA mostra que macacos podem ser suscetíveis ao HIV

JOSÉ REIS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Segundo Jocelyn Kaiser, em breve ("Science", 270, 223) deverá deixar de existir o que chamamos de outro truismo sobre Aids -o de que nenhum outro animal além do homem é sensível ao HIV, o vírus da Aids. É que, segundo pesquisadores muito experientes no assunto, o chimpanzé Jerome, do Yerkes Primate Research Center, em Atlanta, ficou gravemente doente depois de infectado, em 1986, com o vírus. A doença é a Aids.
O achado é de grande interesse para a compreensão da doença, qualquer que seja o seu impacto no emprego desse animal em pesquisas sobre Aids.
Conforme registrou o "US News and World Report", Jerome teve grave diarréia e baixa acentuada das células CD4, que normalmente defendem o organismo contra o vírus.
Foi Patricia Fultz quem primeiro infectou o macaco. Ela publicou artigo no "Journal of Infectious Diseases", no qual descreveu as alterações observadas e previu a morte do chimpanzé pela Aids.
Entende ela, após a confirmação de que sua previsão parece correta, que a descoberta aumentará o peso dos estudos que têm sido feitos quanto à produção de vacinas contra o HIV em chimpanzés.
Não obstante, o prazo de ação do vírus faz do chimpanzé um mau modelo para os estudos, mas não alterará a utilidade no desenvolvimento de vacinas.
Por motivos semelhantes, ela não crê que o comportamento do vírus no chimpanzé possa iluminar os estudos sobre a patogênese da Aids humana.
Nada, porém, impedirá, segundo ela e outros pesquisadores, o encontro de amostras mais ativas que a usada em suas tentativas de infecção.

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