São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 1997
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Extrateto já não tem mais apoio de líderes do PMDB e do PFL

Para governistas, Planalto corre risco de derrota

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os líderes do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA), e do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), decidiram ontem assumir o risco de cortar o extrateto salarial da reforma administrativa -o que, segundo eles próprios, pode levar à rejeição da emenda no segundo turno de votação na Câmara.
Acordo feito entre o governo e os líderes aliados na semana passada previa o extrateto para cargos eletivos, ministros e ocupantes de cargos de confiança.
Com o extrateto, essas pessoas poderiam receber até R$ 21,6 mil por mês (salário e aposentadoria). O objetivo do acordo foi garantir votos da "bancada dos aposentados". Sem o votos desses deputados, o governo corre o risco de ver a reforma derrotada. No primeiro turno, a emenda teve 309 votos (um além do mínimo necessário).
"Se isso põe em risco a reforma, é uma avaliação a ser feita pelo governo. A posição do PMDB foi sempre manter o teto de R$ 10,8 mil. Abrimos mão desse teto para apoiar a proposta do governo", disse Geddel.
O líder do PMDB conversou com o líder do PFL ontem à tarde. Os dois analisaram as declarações feitas por FHC em Itacoaciara (AM), no sábado. O presidente disse que "não deve haver extrateto", porque "a sociedade não aceita isso".
O senador José Serra (PSDB-SP) disse ontem que o extrateto é uma solução "indecente" porque ofende não só a sociedade como também categorias importantes do serviço público, tais como a PF, Receita e Judiciário, que não teriam o privilégio. "Fui o primeiro a criticar o extrateto, que jamais passaria pelo Senado", disse.

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