São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 1997 |
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Rebelião fere pelo menos 6 no Rio
DA SUCURSAL DO RIO Um agente educacional e pelo menos cinco garotos ficaram feridos durante rebelião que durou cerca de duas horas, ontem à tarde, no Instituto Padre Severino, na Ilha do Governador (zona norte do Rio).Instalações desse instituto para abrigar menores infratores foram depredadas. Houve incêndio e policiais militares invadiram o prédio dando tiros para o alto. Internos afirmaram que foram espancados após o controle da rebelião. A diretora do instituto, Maria Isabel Guimarães Carvalho, e o funcionário Carlos Renato foram mantidos como reféns. Muito nervoso, Renato afirmou ter sido ameaçado com um facão e um fio de náilon enrolado no pescoço. Armados com marretas e outros materiais de construção, recolhidos em uma ala em obras do Padre Severino, cerca de 15 garotos conseguiram ultrapassar o portão principal do instituto. Do lado de fora, foram cercados por PMs. Os internos atiraram pedras e pedaços de tijolos nos PMs. Os policiais revidaram com tiros para o alto e bombas de efeito moral. Cerca de 80 PMs e guardas-municipais cercavam a entrada do instituto. Os menores se renderam. Com problema de superlotação e internos afirmando sofrer maus-tratos, o Padre Severino tem sido palco de constantes fugas e rebeliões. No final de 96, internos provocaram um grande incêndio: um morreu queimado, 39 ficaram feridos e 23 fugiram. Segundo um funcionário, na sexta passada seis internos fugiram. O agente educacional Marcos Vinicius Medeiros disse que a rebelião de ontem começou quando 6 dos 21 internos do alojamento A quebram uma grade de cimento com peças recolhidas de uma obra. Medeiros afirmou que ele e um guarda-municipal foram agredidos em um corredor. Com manchas de sangue pela roupa e o nariz ferido, o agente educacional disse ter sido atacado com uma ferramenta usada para quebrar pedras. A diretora do instituto disse que passou mal e foi socorrida por alguns rebelados. Com crise nervosa, ela acabou libertada antes da ocupação pelos policiais. Após a invasão do instituto por PMs -inclusive soldados do Batalhão de Choque- e guardas-municipais, cinco garotos foram transportados para um hospital, com hematomas pelo corpo, braços quebrados e torções. D.F.B., 13, disse que, depois da rebelião, foi levado para "um quartinho", onde levou cacetadas, quebrando o braço. O secretário de Estado da Justiça, Jorge Loretti, disse que mandaria apurar o caso. A direção do instituto negou os maus-tratos e o problema da falta de água -que teriam motivado a rebelião, segundo internos. Loretti afirmou que o governo está investindo na construção de novas unidades. Texto Anterior: Ossada no jardim leva mulher à prisão Próximo Texto: Justiça intima hoje donos de clínica em PE Índice |
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