São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 1997
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Branca de Neve

MARCELO CHERTO

No mercado brasileiro, ainda há franqueadores que insistem em se cercar apenas de franqueados, funcionários, consultores, advogados e outros profissionais "menores" do que eles próprios. Constituem exemplos típicos do que o publicitário Júlio Ribeiro chama de empresários Branca de Neve. Porque só se sentem bem cercados de "anões".
Ora, em períodos de mudanças intensas como estes, só vão sobreviver as empresas, franqueadoras ou não, que sejam capazes de respostas rápidas. E respostas rápidas só podem ser obtidas se os funcionários ou colaboradores têm um mínimo de autonomia. E o problema com os empresários Branca de Neve e seus "anões" é que aqueles acham que, se não supervisionarem pessoalmente até as trocas de lâmpadas, a vaca vai para o brejo. E seus colaboradores, depois de anos de castração, não sabem decidir sozinhos. Só sabem imitar o chefe ou fazer o que "acham" que o chefe gostaria que fizessem. Como diz Ribeiro, a síndrome de Branca de Neve "torna as empresas vulneráveis à concorrência e às mazelas da conjuntura".
No caso das franquias, essa síndrome coloca em risco a sobrevivência não apenas da empresa franqueadora, mas também a da própria rede. E o problema se torna mais perceptível agora, que os franqueados estão mais exigentes do que nunca. Especialmente os que são "vítimas" da reengenharia, do "downsizing" e processos similares.
Isso talvez ajude a explicar por que, no levantamento dos dados inseridos na edição 1997 de seu Guia de Oportunidades em Franchising, o Instituto Franchising apurou que ao menos 87 franqueadoras brasileiras "desistiram" de conceder franquias ou resolveram reestruturar sua operações de franchising.

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