São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 1997
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Descanso

CIDA SANTOS

Nos últimos quatro anos, ela tem feito a diferença: contar com Fernanda Venturini passou a ser garantia de título brasileiro. Foi assim com a Recra, na temporada 93/94, e nos anos seguintes com o Leites Nestlé.
Unanimidade nacional, Fernanda assinala para novos tempos e inova. No seu próximo contrato, ela incluirá uma cláusula, que lhe garanta um período maior de folga.
Fernanda quer ter duas manhãs livres durante a semana. A decisão da jogadora é mais um sinal de que os tempos no vôlei andam mais estressantes do que nunca. Quer maior prova do que Giovane e Tande, que anunciaram a despedida das quadras e o início de uma parceria no vôlei de praia?
O certo é que nestes anos 90 o mundo do vôlei mudou. Ele nunca mais foi o mesmo depois da criação da Liga Mundial e do Grand Prix. Esses torneios abriram fronteiras e intercâmbios anuais entre as principais seleções do mundo. Mas também trouxeram para os atletas uma carga de jogos e viagens jamais registrada antes.
Um exemplo: Giovane disse que há nove anos não sabia o que eram 30 dias de férias. Um teste feito na seleção brasileira, em 96, pela psicóloga Regina Brandão indica um caminho para evitar novas aposentadorias precoces. Um dos itens que os atletas deram maior pontuação para um rendimento positivo em quadra foi o seguinte: "Ter períodos de lazer durante a semana de treinamento."
A pergunta que fica é a seguinte: será que também não está na hora de os técnicos reverem a carga de treinos? Na Superliga, William, no Mizuno/Uniban, e Zé Roberto, no Banespa, inovaram: adotaram o sistema de três períodos de treino e um de folga. Ou seja, o atleta acaba tendo uma manhã ou uma tarde de folga em dias alternados. Vale lembrar que essas duas equipes chegaram à decisão e foram as que mais surpreenderam na Superliga.

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